A música mais do que certa dos Black Rebel Motorcycle Club em "Wrong Creatures"

Hoje fala-se por aqui de Wrong Creatures, o último dos já lendários Black Rebel Motorcycle Club. Ao oitavo álbum, nada de dúvidas quanto ao que aqui se vai passar: estamos em terreno rock, daquele que tem influências de Johnny Cash, dos The Doors, de Iggy Pop ou dos Jesus and Mary Chain, por exemplo.


Os Black Rebel Motorcycle Club continuam a trazer-nos boa música: guitarras no sítio certo, a bateria pujante e assertiva e letras pertinentes e actuais, que sempre os caracterizaram, e que não defraudando, não trazem nenhuma novidade de maior.




Wrong Creatures começa com “DFF”, uma espécie de entrada, grandiosa e espaçada, onde o baixo começa a ganhar espaço e a bateria se vai desenvolvendo num som meio tribal, sendo uma boa entrada para o que vai acontecer a seguir.



Uma das músicas que mais me marcou em Wrong Creatures foi “King Of Bones”, não sei se por ser mais dançável, ou mais densa. O beat é-me muito apetecível de facto, e a voz que o acompanha encaixa aqui muito bem. Sonoramente lembra-me Muse, ainda que as influências de que falei antes se lhe encaixem também nesta linha sonora. “King Of Bones” é uma daquelas músicas que eu acho que ainda deve soar melhor ao vivo.





Se “King Of Bones” se colou aos meus ouvidos por ser mais ritmada, “Haunt” é mais bluesy na forma. A própria voz muda e apropria-se da intimidade da melodia, trazendo um momento mais calmo e mais delicado e muito mais intenso sonoramente.





Ao longo de Wrong Creatures, encontramos muitas das tais influências que comecei por falar. “Echo” vem cheia de Lou Reed e “Circus Bazooko” vem com um cheirinho a "Sgt. Pepper´s", dos Beatles, por exemplo, mas tenho que destacar “Little Things Gone Wild”. Tem todas as influências rock de que já falei antes, mas aparece aqui muito mais ritmada, com um riff de guitarra frenético e um solo que me leva ao rock mais antigo. Destaco, acima de tudo, a linha melódica que, para além de perfeita, é o fio condutor que nos leva do inicio ao fim da música.




Wrong Creatures acaba com “All Rise”, com uma entrada épica que nos traz um piano que cria expectativas e nos mantém em suspenso, levando-me a pensar a determinada altura se a entrada é demasiado grande ou se seria só uma música lenta. As cordas ajudam a entrar na melodia, e os coros também. Quando chega o refrão, a coisa muda de figura. “All Rise”, não sendo um momento rock, também nunca deixa de o ser: é uma musica muito bem construída e uma das mais marcantes do álbum.



Wrong Creatures é um disco rock do inicio ao fim. Ponto. Não sendo um dos que a mim mais me agrada, traz-nos uns Black Rebel Motorcycle Club coesos e que continuam a saber muito bem o que andam cá a fazer. Quando peguei em Wrong Creatures, já fazia uma ideia do que iria acontecer lá dentro. Os Black Rebel Motorcycle Club são uma daquelas bandas que não vem enganar ninguém.



Espero por eles no NOS Primavera Sound, e tenho a certeza que eles não me vão defraudar.


“…it takes a dead-end soul to kill a dead-end heart, it’s just another song and then it’s gone…” em Spook.

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