Sobre "Blood", o segundo disco de Rhye
É comum dizer-se que «em fórmula que ganha, não se mexe». "Blood" é exemplo disso mesmo, é como uma continuidade de "Woman", mesmo que o tema seja mais focado nos desamores do que no amor.
A electro soul que caracteriza o projecto continua quente, reconfortante, qual momento de sedução. Como um aconchego em dias frios de inverno, ou dias cinzentos e chuvosos como os que temos tido. A voz de Mike Milosh mantém-se delicada e aveludada, envolvente e é, sem dúvida, o elo de ligação em todos os temas de "Blood".
Confesso que me deixei levar de imediato pelo minimalismo de "Waste" e pelo ritmo contagiante de "Taste" e de "Feel Your Weight". Talvez por sentir que é uma saída da zona de conforto dos Rhye e é algo que faz sempre bem...
O apontamento do piano dá outra delicadeza a "Please", dou por mim a bater o pé ao som de "Count To Five" recheada de detalhes instrumentais que nos despertam os sentidos. O cheirinho a bossa nova de "Song For You" contrasta com o downtempo de "Blood Knows", com um refrão que mexe cá dentro. Tal como "Stay Safe", que marca passo para a entrada funky de "Phoenix".
A linha de piano em «segundo plano» de "Softly" é algo de maravilhoso e a magia de "Sinful" mostra de novo uns Rhye fora da zona de conforto. Há elementos folk, há percussão, há violinos e violoncelos que enriquecem sempre qualquer som - já vos tenho dito... :)
"Blood" pode não ser um disco para todos os dias, mas é um disco cheio de coisas boas e não há uma canção que não seja apelativa.
Encaixou certeiro nos meus ouvidos.
A voz envolvente e atraente, melodias certeiras, arranjos delicados e robustos fazem de "Blood" a companhia perfeita para estes dias cinzentos.
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