As palavras infinitas de Vagabon

Uma das grandes vantagens do Nos Primavera Sound (dos festivais em geral, vá…) é a de podermos continuar a descobrir música nova com a qual nos identificamos. Ou mesmo mais: a de irmos ouvir coisas que nem sabemos o que são, só porque estamos a gostar. 

  

Na verdade, eu não fazia ideia de quem era Vagabon, nunca a tinha ouvido, nada de nada. Mas, assim que o cartaz deste ano chegou inteirinho e eu fui ouvir um pedaço de cada coisa que não sabia o que era, o lugar de maior destaque foi para o projecto de Læticia Tamko, ou seja Vagabon. 
E daí que, meio em jeito de preparação, eu tenha querido falar de Infinite Wolds, o seu álbum de estreia. 


A primeira coisa que eu realço é a própria profundidade da voz de Lætitia Tamko, que, neste caso, vem muito bem acompanhada pelas tais palavras infinitas e, por um indie rock nada levezinho (ou mais denso do que a maior parte das bandas de que normalmente falamos aqui.) 

A própria profundidade da musica, muito bem tocada por uma banda muito boa acompanha na perfeição a tal voz, e, por si só, deviam ser razoes obrigatórias para que se fale de Vagabon. “The Embers" é uma óptima forma de começar o álbum, ainda que num jeito mais Rn’B do que o resto do álbum, sendo uma excelente forma de começar a ouvir o que é Vagabon e do que se trata.



Outro dos destaques de Infinite Worlds vai para “Fear and Force”, ainda que mais suave, a musica tem uma letra quase perfeita, que abre para um refrão muito bem feito e orquestrado e acaba com um final grandioso e brutal.

De dizer que Vagabon, é um projecto muito coeso e muito bonito, com um som que preenche tudo o que se espera de uma banda de indie rock, superando etiquetas e designações de qualquer género, muito pelo talento e pela voz de Lætitia Tamko, a bem dizer da verdade.


Em “Cleaning House” gosto da abordagem acústica com que começa a musica, porque ajuda a destacar a voz de Lætitia Tamko. A musica abre muito bem para o refrão simples e numa melodia muito bem conseguida.



Embora tenha momentos menos bem conseguidos, como “Mal à L’Aise” ou “100 Years”, onde não encontramos propriamente nada de novo, assim que começa a tocar “Cold Apartment” é uma belíssima musica que traz com ela palavras a condizer.


Infinite Worlds é um álbum extremamente coerente e muito simples na forma, onde imperam as palavras, que vem acompanhadas de muito bom som e da magnifica voz de Lætitia Tamko, o que torna Vagabon uma das minhas apostas do Nos Primavera Sound 2018. 
Considero Vagabon um projecto que eu acho que tem tudo para evoluir bem e que nos vai continuar a encantar. 
Mas disso voltamos a falar em Junho, pode ser?

"...what about them scares you so much? My Standing There threatens your standing too..." em Cleaning House.

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