Sobre "Cocoa Sugar" dos Young Fathers

O primeiro disco dos Young Fathers, "Dead", deu-lhes um Mercury Prize, o segundo "White Men Are Black Men Too" foi o mote para um enérgico concerto de fim de tarde em Paredes de Coura. O terceiro, "Cocoa Sugar", prepara-se para ser um dos discos do ano.

Aviso já que não tenho muito para dizer. Não porque não gosto (muito pelo contrário, tem rodado intensamente), mas porque dizer mais seria repetir-me.
Por isso, let's keep it short and simple.


Não sendo particularmente fã da cena hip-hop, a verdade é que este disco cola da primeira à última canção. Talvez seja por causa das melodias que nos provocam um rebuliço de emoções, ou o ritmo ou a estrutura das canções. Talvez seja dos sons tribais que nos acordam, do encontro com o gospel que nos apazigua o espírito, ou das letras marcantes e fortes.


"In My View" entrou directamente para o alinhamento das favoritas deste ano, tal como "Lord" e "Tremolo". "Border Girl", "Toy", e "Picking You" são outros dos pontos altos de um disco que nada tem de aborrecido.
"Cocoa Sugar" é melódico e calmo, luz e escuridão, frenético e emocionante. É urgente como tinha de ser.



"Cocoa Sugar" é mais «acessível», no sentido em que as melodias são mais imediatas, mas ao mesmo tempo, soa tão ou mais experimental que os seus predecessores. É que as canções não são nada lineares, são, na minha opinião, tão ricas e complexas, que se torna um prazer descobrir todos os detalhes a cada nova audição.

«There’s no way that we could ever be normal. We’re always gonna be weird as fuck.» (Young Fathers, em entrevista ao The Guardian)

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