Os Wombats estão de volta, a festa está de volta, yeah!

Sempre fui, assumidamente, fã dos Wombats. 
É publico e assumido, que os sigo atentamente, que fazem parte da minha playlist e que já me diverti muito ao som deles em muitas situações e desde há muitos anos. Assim, era com muita ansiedade que esperava por um álbum novo, de preferência mais rock do que o último. E, a realidade é que Beautiful People Will Ruin Your Life, o quarto álbum da banda de Sheffield é muito mais do rock. E, até mais irónico, vejam bem a minha sorte! 

“Lemon To a Knife Fight” foi a primeira amostra do álbum, apareceu uns tempos antes do resto do álbum, e ainda bem que veio, porque se colou como não acontecia há muito tempo. Não sei se pelo ritmo, se pela melodia, a verdade é que há coisas que não mudam: os Wombats continuam a contar estórias da vida normal, desamores e amores, novos e recentes, flamingos e coisas de Millenials. Os Wombats vivem no hoje e isso nota-se muito bem até nas letras.


Depois chegou “Cheetah Tongue” (que é uma boa forma de começar o álbum). A voz peculiar de Matthew Murphy, sempre muito bem acompanhada pelas guitarras inquietas e, acima de tudo pelo som, que os define de uma forma mais do que essencial. Longe vão os tempos de “Let’s Dance To Joy Division”, mas ainda bem que a evolução foi assim tão boa, daquelas que a mim não me desilude. Pelo menos desta vez. Gosto particularmente das “pausas” que antecedem o refrão.



Desde a primeira vez que ouvi Beautiful People Will Ruin Your Life, houve uma música que se me tornou essencial: “Black Flamingo” (e não é só por ter flamingos.). A entrada é genial, é uma musica curta q.b., concisa, com uma melodia colante, uma letra suficientemente simples e complexa, irónica, com direito a guitarras no sitio certo e uma bateria que me faz querer dançar, ou seja, tudo o que eu mais gosto nos Wombats. Aquela intensidade meio mágica e básica que ultimamente não aparece vezes suficientes por aí. Até o final lhe fica bem. Para mim, “Black Flamingo” é a melhor música do álbum.


Fico sempre com a sensação de que uma das grandes mais-valias dos Wombats é que eles me fazem querer cantar. E fazer uma festa. Mesmo quando as letras não são necessariamente alegres e falam só da vida lá fora.


“I Don’t Know Why I Like You But I Do” é outro dos meus destaques do álbum. Tudo aqui resulta bem, a voz de Murphy, os sopros, o ritmo…, é uma bonita musica sobre gostar de alguém, com a ironia e os exemplos non-sense de Murphy, com os back vocals irrepreensíveis, o baixo de Tond Øverland-Kundsen mágico e a bateria de Haggis, sempre lá, a bater no sitio certo.


Na teoria, parece-me sempre muito interessante saber se Matthew Murphy “Só veste preto”, se tem “combinações letais” com seja quem for, ou se come gelados. O problema é que, na prática, mesmo sem querer saber de nada destas coisas, o rock dançável, e os refrães mais ou menos non-sense, vão entrando por mim adentro e acabam sempre por me por a querer saber tudo sobre as aventuras e desventuras todas das vivências dos Wombats em LA ou noutro sitio qualquer do mundo.



O ultimo destaque que faço deste Beautiful People Will Ruin Your Life vai para “Ice Cream”, com a sua linha de baixo magistral e a sua melodia muito anos 80, “cortada” pela voz mais do que característica de Murphy. “Ice Cream” é mais Rock n’ Roll e tem em si varias mudanças de ritmo e tem, acima de tudo, uma letra maravilhosa: "... Is there such a thing as “Too Much Fun”? An Ice Cream in The sun..."



Como eu disse no início, os Wombats são muito próximos do meu coração, desde a primeira vez que os ouvi. Aqueles 45 minutos do Nos Alive de 2015 souberam-me mesmo muito a pouco, verdade. MAS, verdade também é que eu esperava por este álbum novo desde que se soube que ele ia existir e que ele veio com tudo o que eu mais gosto. Ou seja, mesmo que eu quisesse não ia conseguir dizer mal dele.

Para mim, os Wombats são uma banda coesa e que foi evoluindo da melhor forma. Uma banda que desta vez trouxe muito mais rock e muito menos Pop que em Glitterburg. Beautiful People Will Ruin Your Life é um grande nome de álbum, e um álbum de que eu gosto. Ponto. Que tem coisas de que eu gosto. E que eu vou continuar a ouvir por muito tempo.
Melhor? Só se alguém os voltasse a trazer cá. Não me parece, mas a pessoa pode sempre sonhar.


“... Maybe it’s the bullshit I miss. It won’t get better than this...” em Turn.

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