Violence, o (intenso) sexto álbum dos Editors

Hoje é dia de falar dos Editors, outra das minhas bandas de sempre. Desde "The Back Room", já lá vão 13 anos (!!!), e passando pelos menos aclamados, como "The Weight Of Your Love" ou "In Dream". Há, em todos eles, aquelas canções, que me puxam uma e outra vez para o seu universo. Seja ele mais post-punk, mais indie rock ou mais dark synth. Quer as músicas sejam mais de estádio ou apenas para os nossos ouvidos.

"Violence" é o sexto álbum e é incrível, de tal forma que não me canso de o ouvir. Os arranjos, a orquestração, as remisturas, os ambientes, até as letras. É sombrio e intenso, como eu acho que eles soam sempre melhor.


Como em "Cold", a primeira do disco, a voz sedutora e irrepreensível de Tom Smith, os sintetizadores e, no refrão, as guitarras mais puxadas a criar (ainda mais) intensidade. Em "Hallelujah (So Low)", provavelmente a minha preferida, senti-me esmagada pelas guitarras, as mudanças de ritmo, a energia, o estalo, o efeito «wake up and smell the coffee»... Tudo parece rodar à volta da guitarra acústica e da bateria e de repente, tudo muda... as guitarras explodem e é surpreendente.

"Violence", o tema título, é arrebatadora, a voz de Tom Smith mais tensa, um ambiente sombrio, mais minimalista apesar da batida electrónica eventualmente agressiva. Faz mesmo lembrar os velhinhos Depeche Mode e a sua onda dark synth pop rock. E a dois minutos do fim, o momento disco para exorcizarmos os nossos demónios com um pé de dança...

«baby, we're nothing but violence»

"Darkness At The Door" quebra o ritmo negro, sendo provavelmente o lado mais pop dos Editors - até sinos em background tem... "Nothingness" recupera-o tão bem, e, entre o baixo e a bateria, os sintetizadores ganham vida. E a voz de Smith no centro de tudo... O momento alto? Quando as guitarras rasgam tudo no minuto finais... ao vivo deve ser fenomenal!

«we wait in line for nothingness, this angel needs some tenderness»

"Magazine" encontrou finalmente o seu lugar em "Violence". Escrita logo a seguir a "In This Light And On This Evening", é dançável, cheia de energia, muito perto do rótulo «hino de estádio». Baixo e sintetizadores, e de novo, guitarras que rasgam. E, prestando atenção redobrada à letra, claro que ganha uma carga política nos dias de hoje...


Os ânimos acalmam ao som de "No Sound But The Wind", já bem conhecida. A versão em disco é grandiosa, potente, dramática, sentida. Piano incrível, a voz de Tom envolvente, arrepiante. Sinto sempre as emoções à flor da pele com este tema... A variação de tom do piano é perfeita, tal como os efeitos, a entrada de outros instrumentos e vozes dão-lhe uma força ainda maior. 

Os arranjos de "Counting Spooks" fazem lembrar os de "Marching Orders" do disco anterior. Pelo menos na primeira parte da canção: acordes que colam, a voz de Smith no sítio certo, um ambiente envolvente. Depois, ao minuto 3', entram os sintetizadores, dando lugar a uma (re)mistura cheia de groove, trazendo ao de cima o lado mais electrónico dos Editors.
"Belong" fecha a edição simples de "Violence" com o seu tom sombrio, quase gótico, sempre emocional - até parece que Smith está "zangado" no refrão... Ora calma, ora agressiva, é de uma intensidade brutal.


A edição «deluxe» oferece-nos dois temas que são o complemento perfeito para o disco: "The Pulse" e "When We Were Angels" (de entrada brutal e um refrão a pedir mais). A primeira, a gritar «estádio» em todos os acordes, a puxar por nós, a plenos pulmões, colou logo. «the storm is here» As guitarras a soarem tão electrónicas que mexe com todos os nossos sentidos, o pré-refrão é tão, mas tão fabuloso... 

"Violence" traz os (meus) Editors de volta às grandes canções, é agressivo e melódico ao mesmo tempo, mas sempre intenso. Mais longe do indie rock dos primeiros dois discos, mais perto da electrónica experimental de outros tantos, parece-me finalmente o mais equilibrado.
E definitivamente o caminho a seguir.

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