Drunk, o último de Thundercat
Thundercat foi outra das muito boas surpresas do cartaz do Nos Primavera Sound deste ano, e, este último álbum, Drunk, conta-nos basicamente a historia de uma situação de bebedeira (nada a dizer sobre a literalidade do titulo…), musicando-a da melhor forma possível e com a ajuda de alguns amigos, que trazem mais valias ao álbum, que é, por si só, muito bom.
Stephen Bruner é, então, Thundercat, uma espécie de personagem excêntrica e surreal, que nos traz um som mais do que hipnotizante que anda entre o Funk e o Acid Jazz, e que nos surpreende a cada acorde.
Drunk é o seu terceiro álbum, que conta com a ajuda de Kendrick Lamar, Whiz Khalifa, Kamasi Washington e Pharrell, ou seja, Thundercat rodeou-se da realeza do Hip Hop para complementar o lado mais jazz e experimental do seu projecto.
São canções com muita garra e com abordagens muito interessantes, que vão desde a abordagem mais Jazz de “Uh Oh” (com os seus toques de Stevie Wonder), à abordagem mais calculada de “Bus in These Streets”, de uma abordagem mais dura de “Captain Stupido” à mais suave de “Lava Lamp”, por exemplo.
De qualquer forma, são as colaborações que para mim mais se destacam neste Drunk: a mais Rn’B, “Show You The Way”, com a suavidade de Kenny Loggins, que nos leva aos anos 70, “Drink Dat”, com Whiz Khaliffa e o seu Hip Hop ou “The Turn Down” que conta com a colaboração de Pharrell, de quem gostamos tanto aqui no estaminé.
“Drunk”, a musica que dá nome ao álbum, é das mais bem conseguidas, e juntamente com “Them Changes” e “Walk On By” com o rei do Hip Hop, Kendrick Lamar, são as que eu mais gosto de ouvir, sendo para mim o top 3 do álbum.
Drunk é um álbum feito pelos tais pequenos fragmentos, exactamente como a vida, daí que, as canções sejam um reflexo disso mesmo.
É um álbum que funciona muito melhor quando se ouve sem shuffle e se lhe segue o alinhamento previsto, embora tenha também momentos que valem por si só e que fazem todo o sentido se os unirmos sozinhos.
Thundercat é uma personagem muito caricata, que disso ninguém tenha dúvidas, e, apresenta um álbum à sua imagem: com um som mais do que pensado, a parecer improvisado, letras que vão do non-sense mais puro à mais dura realidade. Um álbum muito bem feito e muito pensado. E eu espero que isso se ouça tudo no Nos Primavera Sound.
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