O tempo sob a batuta dos Noah And The Whale

O novo álbum dos Noah & The Whale, "Heart Of Nowhere", é a minha cara. Canções épicas, violinos arrebatadores, letras com as quais nos identificamos, melodias que nos fazem querer bater o ritmo com o pé, a voz de Charlie Fink a emergir nos melhores momentos e dar às canções o que elas precisam. 

A introdução instrumental é mágica, e o tema título, com a participação fabulosa de Anna Calvi, é brilhante e o meu favorito.




"All Through The Night" tem um espírito de sobrevivência, de luta, ao contrário de  "Lifetime" que resulta num encanto que só o acompanhamento de violinos poderia proporcionar, e "Silver & Gold" é aquela canção que nos dá ânimo quando olhamos para trás e percebemos que nem tudo correu como estávamos à espera.

"One More Night" e "Still After All These Years" têm uma certa nostalgia de tempos passados, de juventude. bem como "There Will Come a Time", que pela sua mensagem e harmonia, é outro dos pontos altos deste "Heart Of Nowhere".




Quase a terminar, aparece "Now Is Exactly The Time". Como um momento de aceitação - now is exactly the time to turn your head from the past - como se Fink tivesse conseguido finalmente ultrapassar todas as dificuldades do seu passado e aceitar que tais momentos fazem parte da vida e que o moldaram no ser humano que é hoje.

E assim chega "Not Too Late", o primeiro passo para uma nova etapa. Uma canção quase de embalar, que recupera os quartetos de cordas dos temas iniciais e nos aconchega.

Escutando "Heart Of Nowhere", percebemos que o tempo é o tema dominante das suas canções. Sintoma do crescimento e sobretudo do amadurecimento de Charles Fink (e de todos nós). Aquele tempo que nos leva a reconciliar com os eventos mais duros das nossas vidas e que nos ajuda a compreender que, afinal, até estamos bem.


Love may not be the cure (...) so just show a little faith in me"

(Noah and The Whale em "Silver & Gold")

Sem comentários:

Imagens de temas por merrymoonmary. Com tecnologia do Blogger.