Os quatro mandamentos dos 30STM

Quem nos acompanha sabe que o som dos Thirty Seconds To Mars não é propriamente o que se ouve chez chavininha e chez concertina, mas considerando eventuais guilty pleasures da gerência, acho que faz todo o sentido falarmos sobre eles.

"Love Lust Faith + Dreams" é o quarto álbum da banda de Jared Leto, e totalmente diferente dos anteriores. Tanto, que quando ouvi o primeiro single, "Up In The Air", fiquei sem saber o que pensar. Estava habituada a um som mais alternativo, muito mais rock, e de repente deparei-me com uma batida mais tecno. Pois, isso mesmo. E se agora já consigo imaginar estádios cheios a entoar o refrão e a bater palmas quando a música assim o pede, não consigo dizer que gosto.

Estou presa à sonoridade dos álbuns anteriores (sobretudo "A Beautiful Lie" de 2005), às guitarras, até mesmo à força da voz de Jared Leto, que parecem desaparecidas neste disco. "Love Lust Faith + Dreams" soa demasiado melódico, algo lamechas às vezes - ainda que disfarçado pelo ritmo dos sintetizadores, que estão em todo o lado.







E nem a concepção do álbum o salva. Entre canções, as palavras que compõem o título são ditas por uma voz feminina. Como se representassem capítulos ou separadores. Ou o elo de ligação entre os temas.

De facto, as palavras chave estão presentes em todos os temas, mais ou menos explícitas, mas eu cá acho que o maior elo de ligação são os sintetizadores. Nas baladas, nos interlúdios e prelúdios e afins, até nos temas mais rock. Talvez por isso me soe tudo ao mesmo. "Conquistador" e "Up In The Air" puxam-nos para os estádios e os refrães em coro e as palmas, mas os restantes temas não acrescentam nada de novo.





Sinceramente, acho que não têm energia. As canções têm ritmo, sim, mas não chega. Soam sempre um bocadinho superficiais. Claro que é possível que ao vivo os temas ganhem a tal força que lhes falta em disco. Porque os Thirty Seconds To Mars são donos de uma força em palco brutal (muito por culpa do carisma do vocalista), uma teatralidade que dá (mais) vida às canções, uma queda para o épico (em disco e sobretudo em vídeo). Que é o que se esperaria de um álbum sobre amor, luxúria, fé e sonhos.

Que o próximo lhes corra melhor.

All we need is faith / faith is all we need

(Thirty Seconds To Mars em "End Of All Days")

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