As estrelas confusas de Whitley

Whitley, ou melhor, o jovem australiano Lawrence Greenwood, é um "velho amigo" do meu Ipod. Facto que mais em forma de versões (que são uma delicia), mas um velho amigo ainda assim. Se formos a considerar que este é o  terceiro álbum do jovem, e que as musicas dele aparecem em series de tv, em jogos de pc e em filmes, então podemos ficar com a sensação que de facto já o conhecemos.

Quando saiu este "Even The stars Are a Mess" fiquei muito curiosa, confesso, mas... já se costuma dizer que "a curiosidade matou o gato" ou no meu caso "a curiosidade partiu a Chavininha" e não há nada de demasiado relevante a dizer. Digo eu.

Ainda assim, cá fica a minha opinião: se gostam de musica calma, calminha, quase parada, sem crescendos e meio plana este álbum é óptimo  Se gostam de musica doce, algures entre o "novo folk" (descendente directo dos Lumineers e afins) vão também gostar de Even the Stars Are a Mess. E vão também saber aprecia-lo muito melhor que eu, que não gosto de nada dessas coisas. (Ressalvo sempre que a musica, como qualquer outra arte, é subjectiva. Depende de quem a vê e ouve, depende dos estados de espírito das pessoas e do background emocional de cada um.)




Então, de Even The Stars Are a Mess destaco só "Roadside" e "TV", sendo que começo por falar desta ultima com uma sonoridade ligeiramente mais forte, que a distingue da "monotonia" (ler indie Rock down tempo) do resto do álbum, distinguindo se também do resto pela melodia (que difere das (todas as) outras) mas que não deixa de ser "mais do mesmo". Não posso ser cruel e deixar de referir como uma grande mais valia de todo o álbum as maravilhosas letras das musicas. Autênticos poemas intrinsecamente urbanos e reais, que podiam fazer deste Even The stars are a Mess "o" meu álbum preferido, mas a questão é que o instrumental que as acompanha, a mim, não me diz nada.



O que nos resta então?


A mim, resta-me deste álbum "Roadside", com clarissimas influencias dos Arcade Fire, quer no uso de instrumentos mais "pesados" como os órgãos de igreja, por exemplo, como que a conferir alguma solenidade à musica. Mais uma vez temos como mais valia absoluta a maravilhosa voz de Lawrence, que é a característica maior do projecto, digo eu.

A letra é (mais uma vez) absolutamente brilhante, o sampler que a acompanha é muito bom e combina na perfeição com todas as distorções das guitarras. O ritmo pulsante deste "Roadside" e a guitarra que nos guia durante a musica são geniais, lembrando me também que se pudéssemos fazer um mashup entre os Arcade Fire e os Vampire Weekend o resultado final seria claramente muito parecido com isto.
"Roadside" é o estranho caso de musica que eu ponho em repeat. E em que o refrão é instrumental. E eu gosto. E muito.

Então o que fica do novo album de Whitley? Que a experiência me parece muito valida se a encararmos como tal, mas que poderia ter potencial para ser muito mais do que aquilo que é. Ou seja, que a inquietação que encontramos nas letras não passa para a musica, que a intensidade aqui não existe, que a voz de Lawrence Greenwood é brilhante, mas que não chega para me levar lá. Até porque quem é  capaz de fazer uma musica como "Roadside" é claramente capaz de fazer mais.



As estrelas estão confusas? Pois eu também fiquei um bocadinho Senhor Whitley, deixe me que lhe diga.

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