Mayer Hawthorne: breves notas

Provavelmente pouca gente ouviu falar em Mayer Hawthorne. "Where Does This Door Go" é o seu terceiro álbum e é um disco que de vez em quando me faz lembrar o mais recente de Justin Timberlake. O que não é necessariamente mau, porque como vocês sabem, nós por aqui gostamos (e muito) do Justin.

Algumas escutas depois e ainda não estou totalmente convencida, ou talvez estivesse à espera de mais coisas ao género de "Designer Drug". Ritmo não lhes falta, é certo. Aliás, a maioria dos temas tem batida, tem groove, tem sonoridade que nos impele a mexer ou a bater o pé - mesmo que estejamos num avião a caminho de Lisboa (e não terão sido poucas as vezes que as pessoas ao meu lado me apanharam a abanar a cabeça ao ritmo das canções de Mayer Hawthorne). Soul e R&B, mascarando a cena pop - ou será ao contrário? - diria que este álbum é um misto de diferentes estilos, e que assenta na perfeição como banda sonora de tardes de verão, ou melhor, fins de tarde.

Vá-se lá saber porquê, os meus ouvidos colaram nos temas com produção do senhor Pharell Williams ("Wine Glass Woman" e "The Stars Are Ours"), mas de todas as canções do álbum, "Her Favourite Song" é a minha preferida. Desde a primeira vez que a ouvi. Porque tem tudo a ver comigo. Aqueles primeiros acordes de guitarra prenderam logo a minha atenção, e depois, foi só deixar-me levar e desligar. É daquelas canções que escutamos e pensamos " é a minha cara " - no ritmo, no tom de voz, na letra, na construção, no refrão -
But when she gets home / She puts her headphones on / She plays her favorite song / And fades away // And when the music's on / She can do no wrong / And she feels safe and calm / And it's okay...

E depois há "Designer Drug", a primeira amostra, um autêntico vício. O uso do falsete - que não soa nada despropositado, o groove, a batida quase em jeito pop, refrescante. Sem dúvida, na lista das canções que me deixam logo mais animada.

Sem dúvida, temas para a banda sonora do (meu) verão.