Isto não é o fim do mundo, são os Skip The Use.

Pois é, parece que ultimamente andamos sintonizadas em musica que vem de França, a única diferença é que desta vez saímos das lides mais electrónicas e vamos parar ao meio do rock com Little Armageddon, o novo álbum dos Skip The Use.

(Não sei se lhes podemos chamar uma banda de rock, porque isso é um bocado restritivo, e aquilo que acontece quando ouvimos este álbum (ou qualquer um dos outros dois antes deste) é um bocadinho mais do que rock, mas chamemos-lhes uma banda rock, só para simplificar a coisa.)



Começa o nosso "pequeno fim do mundo" francês com este "Second to None", com um brilhante trabalho da bateria, e a voz de Mat Bastard que acompanha (e bem) o espírito da coisa, um espirito claramente Old School, que nos leva ao rock mais cru, como se fossemos transportados para outros anos que não são estes. 
Acontece-nos o mesmo com uma série de musicas deste Little Armageddon, como em "30 Years" (ainda que esta seja claramente mais punk do que "Second to None" e nos seja apresentada de forma mais inquieta ou mais rápida), numa das minhas preferidas, "Birds Are Born To Fly", onde o sabor a rock antigo persiste, e os "lá, lá, lás" são perfeitos para cantar.




Ainda no espírito mais rock dos Skip The Use aparece-nos este "Gone Away" (uma das minhas preferidas), mais inquieta na por causa das guitarras e da bateria (no entanto, com a voz de Bastard mais serena), com um som quase perfeito que me leva a pensar nos Blur (já sei, pode ser de mim...) e o refrão que é perfeito.
A musica que dá nome ao album, "Little Armageddon" aparece-nos neste mesmo alinhamento mais rock, mas mais pesado, enquanto "We Are Bastards" é muito mais rock punk, "Hollywood" (que quase nos leva aos White Stripes e a todo o trabalho de Jack white em particular), "In For The Kill" (não, não é uma versão da La Roux) e "No Hero" acabam por me parecer pertencerem a um universo indie, com grandes harmonias e grandes riffs de guitarra que se nos colam e nos fazem querer dançar.



Chegamos agora àquela parte do álbum em que eu acho que seria pretenção chamar ao Skip The Use "uma banda rock", porque eles são um bocadinho mais do que isso.
Em "Nameless World" muda tudo, parece que chegamos à Jamaica e o que acontece aqui é um momento de qualquer coisa que poderiamos chamar de "Ska-pop-Rock"?, sendo a única linha condutora que não nos faz esquecer que ainda estamos a ouvir os Skip The Use as guitarras presentes no refrão. Acontece-nos o mesmo quando ouvimos "The Wrong Man".




Outro dos meus momentos preferidos de Little Armageddon é este "The Taste", com uma entrada muito mais intimista, que nos leva a um som mais lounge e a momentos de quase "disco", e que sabem tão bem no meio de tanto rock.



"The Story of God and Men" é o momento mais pop disto tudo, de onde só consigo ressalvar o trabalho da percussão, porque o resto acaba por me parecer um momento "eurovisão" (e isso não é necessariamente bom.). Acontece-me o mesmo quando chega "Just For You", ainda que aqui haja um refrão que é muito bom, em modo "disco" e que nos relembra a esquizofrenia musical dos Skip The Use, uma esquizofrenia de que não se está a espera e que os torna únicos.



Acaba Little Armageddon este "Etre Heureux", um momento francês, um bocado em jeito de "chanson"  muito poética, e que faz com que não nos esqueçamos que os Skip The Use são franceses e tem orgulho nisso, será? Pode ser isso ou outra coisa qualquer... Não sabemos.


Coisas destas à parte, eu acho que o que faz deste Little Armageddon um álbum a ouvir é a perfeita harmonia que se vive entre canções mais pop e mais rock, entre tiradas mais indie ou menos, que nos fazem querer voltar a ouvir tudo de novo, como se precisássemos de ter a certeza que sim, que ainda há bandas assim, e que elas, de uma maneira ou de outra chegam até nós.

"... I've got a lust for love, I never get enough..." em The Taste.

Sem comentários:

Imagens de temas por merrymoonmary. Com tecnologia do Blogger.