"Vermelho da Rússia" (e continuamos a falar de música por estes lados)

Ora bem, hoje é dia de (finalmente!) falar de Russian Red, projecto da espanhola Lourdes Hernandez, que vamos poder ver no Porto Primavera Sounds, que está quase a chegar.
Este Agent Cooper é o terceiro álbum de Russian Red, e para mim, que normalmente não sou nada fã de meninas de guitarra, é muito surpreendente. Quer na forma, quer no conteúdo. 
E em bom.


Falamos de um indie-folk mais ou menos ligeiro, é um facto. 

E de, como eu já disse, uma menina com guitarra. 
(O que dito assim, não traz nada de bom. Mas calma!) 


Mas falamos também de um álbum com uma linha condutora muito consistente, com canções com letras muito bem conseguidas e com algumas particularidades: todas as músicas têm nomes de "agentes" (o que me lembrou o trabalho dos Gato Fedorento e das suas "séries", por exemplo), e que nos contam as historias dessas mesmas "pessoas".






O primeiro single a sair deste Agent Cooper é "Michael P.", que tem um "ar" mais experimental, e qualquer coisa de "inacabado" que condiz com a voz característica de Lourdes. Uma viagem que nos leva a um universo que me parece estar perto do das Warpaint e que acaba por me fazer despertar a tal curiosidade de passar pelo concerto do Primavera Sounds. (mesmo que Miss Concertina esteja apreensiva.)




Depois aparece-nos "Xabier", mais em modo "lullaby", um slow quase em modo experimental, mas com um lado mais dark, mais intimo, e que nos leva a "John Michael", o momento mais pop e mais dançável de Agent Cooper.




Para mim, o momento mais interessante é quando Lourdes entra no mundo mais folk, que me parece que é o caminho que encaixa melhor na voz e na postura de Russian Red.



"Stevie" abre-nos o caminho desse momento folk, e quase que me lembra a delicadeza quase rude e poética de Father John Misty, mas em modo "girl", e com toda a delicadeza que isso acarreta. Acontece o mesmo em "William", "Alex T" (que é "ainda mais folk"), "Neruda" (que para mim é um dos momentos mais fabulosos de Agent Cooper) e mesmo "Tim B." (onde a guitarra acústica aparece no meio dos sons algo electrónicos e lhe confere um "tom" mais intimo).




Agent Cooper fecha com "Casper", uma das minhas preferidas, com um som mais indie, e muito mais ao meu jeito, quase falado e muito interessante, e com "Anthony", esta em jeito muito mais rock.




E assim acaba "Agent Cooper, o terceiro álbum de Russian Red, um projecto espanhol de indie-folk", o que parece ser uma coisa particularmente confusa, mas que me faz querer passar por onde ela toque no Porto Primavera Sounds. Mesmo que a Concertina continue hesitante. 


Eu aposto (como já fiz com as Warpaint) que vai ser bom. Vamos lá ver? 

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