"Carry No Thing", o intenso e emotivo novo single de SYML
O destaque deste fim de tarde vai para "Carry No Thing", o mais recente single do projeto de Brian Fennell, SYML, sobre o qual tenho falado por aqui várias vezes. O músico explica que é «uma canção de amor apocalíptica», a evocação de que «a força intangível do amor é o que levamos connosco enquanto atravessamos o caos (...)».
E isso sente-se em cada momento e em cada arranjo da composição. É, mais uma vez, uma peça cinematográfica, tão intensa emocionalmente como esperançosa.
Ora ouçam:
A canção começa de forma suave, com um entrelace perfeito entre piano e guitarra. A voz de Brian enche (e ilumina) o ambiente com o seu sentido de melodia e a emoção certa, fazendo-se acompanhar, pouco a pouco, de mais texturas. Os arranjos intricados e calorosos vão compondo a paisagem sonora, com destaque para a percussão que acentua, quase até ao fim, a intensidade da canção.
Sente-se o crescendo instrumental, a composição a ganhar uma força e uma energia incontornáveis, à medida que se desenrola. A produção cinematográfica remete-nos, sem esforço, para um ambiente apocalíptico, refletindo uma tensão entre devastação e devoção. O refrão é um momento de emoção pura, e a linha de guitarra reluz na ponte instrumental, antes da calma imperar novamente no ambiente. A voz de Brian que, desde o primeiro momento, se apresenta despojada e intimista mas também cheia de emoção e de intenção, surge, no fim, terna e suave por entre acordes delicados de guitarra e piano, deixando-nos com uma sensação de conforto.
"Carry No Thing" é (mais) uma composição brilhante de SYML, é emoção em forma de canção, com cada nota de música e cada palavra a comoverem quem ouve. É, ao mesmo tempo, profunda e reconfortante, e é para ouvir sempre que nos sentirmos mais sós e precisarmos de um aconchego.
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