Breves Notas: Dum Dum Girls
E novamente, as bandas de raparigas - parece que ultimamente não nos vemos livres delas... Mas tendo em conta que as Dum Dum Girls têm um som bem mais apelativo aos nossos ouvidos que as Warpaint ou as Savages, a gerência está entusiasmada com a sua presença no Optimus Primavera Sound no Porto! :)
Escutei o disco vezes sem conta para poder assumir isto: "Too True", o terceiro registo da banda de Dee Dee Penny, é um disco envolto em (boa) confusão sonora. Porque é parte indie, parte gótico, parte rock, parte pop. Felizmente, há um denominador comum: qualquer coisa - ou se calhar até muito - de anos 80 em todas as melodias, na presença sempre constante dos teclados e dos sintetizadores (o melhor exemplo? "Rimbaud Eyes").
O ritmo contagiante e as brilhantes mudanças de tom em "In The Wake Of You", a meia oitava (aquele momento que quebra a monotonia verso-refrão-verso-refrão que existe em todas as canções) e os coros de apoio de "Too True To Be Good" - que fazem deste tema um dos melhores do disco. A batida mais negra em "Lost Boys And Girls", o modo mais roqueiro com guitarras mais acentuadas em "Little Minx". O tom melancólico de "Are You Okay" e sobretudo o dramatismo ao nível vocal de "Trouble Is My Name".
Se pensarmos bem, é a voz de Dee Dee que faz toda a diferença. Nota-se a pujança, a força, a atitude, e mesmo que os temas sejam mais calmos, a coisa passa. E funciona. Porque, lá está, sente-se a energia (que parece sempre tão ténue nas outras bandas de raparigas...). Intensidade, drama, emoção, sem sentimentalismos. Não é o que se pretende no indie-pop-rock? Dee Dee Penny consegue-o. E isso é mesmo o melhor deste "Too True".
«And you said there was nothing you could do to make your bad feel good», Dum Dum Girls em "Trouble Is My Name"
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