E depois do Disco? Aparecem os Broken Bells, claro!

Os Broken Bells são uma especie de "Superbanda", formada por Brian Burton, mais conhecido como Danger Mouse, e Jamer Mercer dos The Shins, que já nos tinham brindado com um belíssimo primeiro disco em 2010 e que resolveram que 2014 era a data perfeita para lançarem o segundo trabalho. Eu a mim pareceu me perfeito, confesso.


E é assim que aparece After The Disco, um álbum recheadinho de coisas boas, que em modo "novo" nos leva a passear a mundos mais antigos, num registo nada nostálgico e muito electrónico. Iupy!!!!!








E sim, se há musicas onde os sintetizadores ganham poder (ainda que muito bem acompanhados pela linha de baixo, que aparece sempre perfeita, devo acrescentar...), "A Perfect World" e "No Matter What You're Told" são dois belíssimos exemplos disso. Muito dançáveis, com um ritmo contagiante e toques dos anos 80, naquilo que de melhor a electrónica meio disfarçada lá pode ir buscar, e que são muito bem acompanhados com letras muito límpidas e incisivas e com mensagens, que nunca devemos menosprezar, de esperança.




Arriscaria dizer que "After The Disco" poderia ter sido inspirada no hit do verão dos meus queridos Daft Punk, "Get Lucky", mas prefiro dizer que a inspiração foi o trabalho de Nile Rodgers, o maravilhoso musico e o produtor da mesma.

"After The Disco", a música que dá nome ao álbum, é muito mais dançável do que as musicas de que falei antes, e muito mais apelativa aos meus sentidos, que sou uma rapariga dançadeira. A voz de Burton marca o momento de forma concisa e serena, concentradíssima na letra, como já acontecia nas suas participações com Sparklehorse ou com os Gnarls Barkley. E que acaba por ser, para mim uma das mais valias dos Broken Bells.





Para mim, um dos momentos chave deste After The Disco aparece com "Holding on For Life", mais calma e mais intima, com muito mais influência da linha de baixo e com claras influencias das harmonias vocais dos Bee Gees no refrão.





"Leave It Alone" é o momento mais calmo de After The Disco, mais calmo mas muito mais emocional, mais profundo e mais tocante, com letras que nos contam estórias que vivemos todos, algures num ou noutro dia, e de pessoas que toda a gente viu ou conhece, ou sabe quem são... O registo continua em "The Angel and The Fool" (outra das minhas músicas preferidas deste álbum) e em "The Remains of Rock and Roll", ainda que esta seja muito mais orquestral e tenha um sabor mais Old School.





"The Changing Lights" é outro dos momentos mais honestos deste After The Disco, com uma letra genial e com um ritmo que se torna de tal forma contagiante, e com um refrão que nos leva de novo para algures, no tempo do Disco Sound, sem nunca deixar de ter o feito de "novo", o que acaba por acontecer também com  "Lazy Wonderland".





Em "Medicine" aparece-nos um lado mais indie, mais confortável para os meus ouvidos, como se de repente no meio desta viagem tivéssemos regressado a "casa", mas nunca sem antes passar por "Control" muito mais trabalhada, mais contagiante e que acaba por ser outro dos momentos altos deste álbum para mim. 




Resumindo, After The Disco é uma viagem de estilos, uma colectânea de fragmentos sonoros que nos são conhecidos mas que se tornam novos com a agregação que os Broken Bells lhes fazem, uma mistura de sons antigos que se tornaram novos e que se entranha na pele quase como uma tatuagem, ou mesmo um daqueles momentos em que dizemos "uau!" e que nunca mais conseguimos esquecer.



After The Disco é, no mínimo, muito bom. E não há muito mais a dizer.




"...We Look for exit signs, But We can't be changed, Into nothing overnight..." em Perfect World

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