Pharrell Williams e o lado funky da vida

Tarefa difícil esta de pôr no papel aquilo que sinto e acho do novo álbum de Pharrell Williams. Porquê? porque o moço está para mim, quase quase como o "mestre" Mark Ronson está para a Chavininha.

Diz que há pessoas assim, com o "toque de Midas". E no mundo da música, estes dois sabem bem o que fazem. Não sei explicar porquê, mas é quase certo que se tiver o dedo do Pharrell, os meus ouvidos atinam com o tema (mesmo que os artistas não façam parte da minha playlist habitual). Basta recordar a rotação intensa de "Blurred Lines" de Robin Thicke por alturas do verão - isto porque dos Daft Punk e do Mayer Hawthorne, eu gosto. E muito.





Quando soube que ia haver disco novo em nome próprio, foi uma festa. Já andava há meses a cantarolar "Happy", e quando finalmente alguns dos temas de "G I R L" se deram a conhecer, fiquei rendida. («isso tudo é muito suspeito», dizem vocês. e têm razão, mas quando se gosta, gosta-se e pronto).

"Brand New" foi o primeiro impacto, e colou logo. É extremamente viciante, e recheado de detalhes que nos mantêm com os ouvidos sempre alerta para o que se vai passando. Conta com a preciosa ajuda de Justin Timberlake - de quem nós também somos fãs, e é tão sedutora... o ritmo, o groove, sei lá, aquilo mexe logo connosco desde a primeira audição.





Bom, bom, aliás, muito bom, é o tema disco-pop com os Daft Punk, os "robôs" como Pharrell os trata, que podia ter saído de Random Access Memories. Podia até ser um lado B de "Get Lucky", sendo que "Gust Of Wind" tem um toque extra de R&B que faz a diferença. É o expoente máximo da celebração. E é épico.





Mas o disco tem muito mais. Assim que me veio parar às mãos, os meus ouvidos perderam-se de amores por "Marilyn Monroe", o tema de abertura. Que começa com a palavra «different». Como se Pharrell Williams quisesse distanciar-se de tudo o que fez até agora. Um recomeço. E é brilhante, é funky, tem groove e ritmo - dei por mim a bater o pé inconscientemente. E os violinos (conduzidos por Hans Zimmer)!!! não tenho palavras para os violinos... ah, e descobri que é perfeita para começarmos bem o dia! :)





"Hunter" pisca o olho aos Bee Gees e aos seus temas mais emblemáticos, até no falsetto (que vai aparecendo em vários temas); "Gush" é mais do R&B que as primeiras canções, e o momento alto dá-se com a entrada dos violinos... outra vez, a magia dos violinos...

"Come Get It Bae" é a canção sexy do disco. Muito graças ao backing vocal de Miley Cyrus, que lhe dá esse toque. E aqui tenho de confessar que estava já predisposta a não gostar da música. Porque não sou fã da miúda. Mas, dou a mão à palmatória, para admitir que a voz dela é uma adição de luxo e que sem isso, provavelmente seria "apenas" mais uma canção de batida funky, pois claro.





Diz a apresentação do disco que "Lost Queen" e "Freq" são duas obras distintas mas o facto é que são um só. E por isso, o oitavo tema é estranho. A primeira parte é minimalista e complexa ao mesmo tempo. mas funciona. Ao minuto 3'22'', ouve-se o barulho das ondas, como um interlúdio. ou uma pausa. A segunda parte é o momento mais calmo do disco, que "ganha vida! no fim com a entrada em cena de JoJo. Duas estórias diferentes, dois lados da mesma moeda. ou talvez não.





"Know Who You Are" tem Alicia Keys a dar um toque soul/R&B a uma canção forte. Pharrell sabe criar o seu espaço e Alicia brilha e domina, o dueto é perfeito e conduz-nos de forma envolvente para o fim do disco: a batida funky  - e alguns riffs de guitarra - de "It Girl".


"G I R L" é, nas palavras do próprio, um disco de homenagem às mulheres. E, tal como nós temos duas faces, também é composto por dois lados, o primeiro com os singles (potenciais) e os temas pop que nos contagiam de imediato. "Happy" antecede a fase meio experimental, não tão imediata, aquela que normalmente se estranha mas que depois se entranha. É diferente e é isso que faz de "G I R L" um regresso em grande de Pharrell Williams. Um disco de celebração, que transmite boas energias, um disco pop-funk perfeito.



nota final: não é por acaso que falamos hoje de Pharrell Williams. As Nações Unidas celebram hoje o dia internacional da Felicidade, e Pharrell é o seu "embaixador". Criou "Happy" e contagiou o mundo em (menos de) 24 horas com um vídeo original. A canção virou hino, e foi adoptada por gente espalhada pelo mundo inteiro. A felicidade celebra-se hoje, mas nós acreditamos que deve ser celebrada todos os dias, mesmo que nos custe. ponham um disco a tocar e vão ver que já não custa assim tanto. porque «a procura pela felicidade é fundamental para o ser humano».

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