O regresso esperado dos Wild Pink com "Yolk in The Fur"

Hoje é tempo de falar em Yolk in The Fur, o ultimo álbum dos americanos Wild Pink. O álbum é um claro statement: uma experiência feita de guitarras que criam uma atmosfera romântica e que servem de cama às letras bonitas. É um álbum de musica quentinha e airosa, com algumas orquestrações mais cuidadas e com o que de melhor o grunge dos anos 90 nos deixou.


A viagem começa com “Burger Hill”, uma canção delicada, com um inicio muito calmo que vai desenrolando até aparecer a voz de John Ross que é ma das coisas mais marcantes da banda. Abrir um álbum com uma musica tão onírica é arriscado, a não ser, como acontece neste caso, que ela acabe por marcar a toada do mesmo, o que acontece neste Yolk In The Fur.







A musica que dá nome ao álbum, “Yolk in The Fur”, é uma canção indie simpática, com laivos de Grunge e pop, onde temos que reparar na letra para que lhe encontremos a magia: historias românticas e episódios da vida que podiam, de facto, ser um conjunto de filmes.

Parece que Yolk In The Fur vai aumentando de potencia conforme as musicas vão passando, parece que começa de uma forma mais suave e aumentando de volume enquanto se vai desenrolando/desenvolvendo.






“Civillity At Gunpoint” é um momento onde a guitarra acústica é acompanhada por um fundo mais eletrónico que nos apresenta à canção: o eletrónico toma conta do espaço ate aparecer toda a melodia restante e nos ocupar o resto do nosso espaço sonoro. É uma canção bonita e simpática que nos vai ocupando o seu espaço enquanto a vamos ouvindo, muito em jeito rock da radio dos anos 90, como os Goo Goo Dolls, por exemplo.

John Ross lembra-nos um Father John Misty descontruído, um Tom Petty ou mesmo em alguns momentos um Bruce Springsteen com a sua forma de debitar as palavras cantadas.






“The Seance on St. Augustine St.” é mais densa e mais intensa. A canção começa com chuva, e, se calhar por isso, hoje que escrevo também chove la fora e deixo me ir no embalo. A voz de John Ross é aqui de novo crucial para que consigamos acompanhar a canção como deve ser e deixo-me levar num ritmo de quase new-grunge, onde a bateria aparece forte quando tem que ser mas onde ganham as guitarras acima de qualquer outra coisa.

Os Wild Pink são uma banda de bandas-sonoras com musica fácil e descomplicada, daquelas que caem bem em todo o lado.






No entanto, as minhas duas musicas preferidas do álbum são “There’s a Ledger”, com um ritmo e com uma letra completamente diferentes do resto do álbum, e “Love is Better”, com mais ritmo e mais melódica, é uma canção mais trabalhada e com (mais uma vez) uma óptima letra. Foi a primeira musica que eu ouvi da banda e foi por ela que eu fui ouvir o álbum. Gosto muito da forma como John Ross a canta, do ritmo constante e bruto em contraste com a melodia da canção.







Yolk in The Fur é um álbum de inverno daqueles que nos aliviam a alma e nos tiram o peso da chuva que cai la fora e do frio que se instalou entretanto (não vou barafustar com o facto de ser de noite às 5 da tarde que a culpa não é deles, mas de facto apetece-me.) Este pode não ser o meu álbum preferido de 2018, ou pode até nem ser o álbum mais marcante do ano, mas é, exactamente, o que eu precisava de ouvir neste momento. E só por isso já é para lá de bom.
Os Wild Pink são, para mim, uma banda cheia de potencial e com muito talento, vamos ver se continuam assim, e eu espero por um terceiro álbum que continue a provar isso mesmo. E por muito mais.


“...when our time’s up, we’ll carry on, like smoke after the fire is gone...” em Burger Hill.

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