"The More I Sleep The Less I Dream", We Were Promised Jetpacks

Os We Were Promised Jetpacks são uma das bandas de eleição do Pedro, que me tem dito que o disco é «brutal» e que tem de ser ouvido. E é por isso que hoje falamos deles.
Pouco ou nada sabia sobre estes rapazes. Apenas que não lançavam nada há 4 anos, que raramente passam pela Europa - o que sendo da Escócia me faz alguma confusão... Que são os rapazes de "Quiet Little Voices" e que são do Rock. ponto.

Pus o disco a rodar primeiro em shuffle e os meus ouvidos foram apreciando o que ouviam. Há dias, escutei-o com mais atenção e surpreendeu-me.
"Impossible", a primeira canção do disco é daquelas que eu gosto, em crescendo. Começa instrumental, com o ritmo da bateria a soar como um rufar de tambores, que vai acompanhando a voz de Adam Thompson. E depois, entram as guitarras, o toque dramático e épico para a explosão sonora.


"In Light" é o tema que se segue e a sua melodia contrasta com a anterior; é mais upbeat justificando a escolha para single. E se, nesta, o destaque vai para o ritmo acelerado da bateria, em "Someone Else's Problem" é a linha de guitarra que nos põe os ouvidos em sentido. Em "Make It Easier", somos embalados pela cadência da bateria e "Hanging In" apresenta-se como um turbilhão. Desde a variação instrumental, a mudança de ritmo e de tom, começando mais calma e terminando com Thompson num registo mais "furioso".


A calma chega com "Improbable", um bonito interlúdio instrumental que nos permite recuperar a postura. A guitarra volta a brilhar em "When I Know More" e em "Not Wanted" e eis que chegamos a "Repeating Patterns", talvez a mais punk de todas. Sem dúvida a mais frenética, a mais complexa e por isso também a mais rica, com variações musicais e mudanças de ritmo. É um daqueles temas que nos transporta de imediato para um universo «underground», um concerto numa cave, gente aos pulos, a abanar a cabeça, e Adam Thompson a comandar as tropas, largando toda a energia, toda a adrenalina.


Por isso, quando entra "The More I Sleep The Less I Dream" não se estranha. O ritmo baixa, de facto, mas é o que o ouvido pede. É mais dark, mais intensa, pessoal q.b. e o refrão dramático e a forma como a letra é cantada puxam por um lado mais emocional. O instrumental é épico, e para mim é A canção do disco.


"The More I Sleep The Less I Dream" é um álbum que se vai entranhando. Não é alegre mas também não é deprimente. Talvez a melhor forma de explicar seja recuperando as palavras do vocalista: "It's rainy and miserable in Scotland and there are lots of angry people. In a way, that’'s a big part of why our music sounds the way it does. It's music that sounds sort of like that."

Adam Thompson vai despertando em nós as mais variadas emoções ao longo das canções, pela forma como canta. É um misto de reflexão e melancolia. O som é dark, instintivo, primário por vezes e as letras soam pessoais e intensas, tal como as melodias.

É um álbum que nos vai conquistando a cada escuta e, de cada vez, descobrimos mais detalhes que nos fazem apreciá-lo mais. Não conheço (ainda) a discografia completa para poder fazer comparações, por isso não (vos) sei dizer se o disco é melhor que os anteriores. O que eu sei é que vale a pena ouvi-lo.

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