One in a Million. Sim, eis os Budda Power Blues.

Sábado, 5 de Outubro de 2014.

Era dia feriado, passou a ser dia de concerto. Pelo menos para nós aqui no Phonograph Me. Estávamos no Porto (reuniões quinzenais de pândega, faz parte.) e podíamos ter escolhido entre ir ver os Linda Martini no Hard Club ou os Au Revoir Simone na Casa da Música, mas não. Fomos ver os Budda Power Blues, no Hot 5. Decisão fácil e rápida, porque a Concertina só os tinha visto uma vez e fora de "casa", e porque não vamos poder estar no Theatro Circo no dia 18 na apresentação do novo álbum da banda, One in a Million.

(Sim, estou a engonhar, porque toda a gente que aqui vem já sabe que para mim, se há coisa difícil é falar de concertos, e pior, se há coisa quase impossível é falar de concertos de bandas que eu gosto. E pior ainda, fazê-lo de forma imparcial. Se for dos Budda Power Blues, é uma coisa quase impossível, não só porque ao falarmos de blues é-me difícil ser racional, mas também porque quando vemos um concerto de gente que toca muuuuuuuito bem e que se nota que gosta do que faz não há muito a dizer, mas pronto, vamos lá tentar.)

Pois é, pelo início então... pois, que começou atrasado, começou sim senhora. E a Chavininha não é menina para se calar com estas coisas e tem que reclamar. Porque eu não gosto de estar à espera, não me assiste. MAS, se todas as coisas que demoram a começar começassem como começou este concerto, eu até nem me importava de estar à espera. (não abusar porém.)

E que bem que começou, com uma música que acabou numa quase jam session, quase em silêncio, e que nos levou a viajar ao universo dos blues, como só eles sabem fazer. Como disse a Concertina há quase um ano, algures em Lisboa: "estes gajos são os reis do improviso, e como é que é possível que corra assim tão bem?"... E eu digo, corre. Mesmo muito bem. 
E não conheço mais ninguém assim aqui perto que consiga o que eles conseguem.

Tivemos varias passagens por algumas músicas dos 3 primeiros álbuns da banda, mas vou destacar as do álbum novo, como I'll Treat You good If You Treat Me Bad, ou She's Gone. Que a mim me soaram tão bem.

Tivemos também direito a convidados especiais, que também estão no álbum, momentos de harmonias e harmónicas, de guitarras e vozes quentes como a de Susana ou Carlos Polónia. E no momento em que chegou a musica que dá o nome ao álbum, eu achei que não havia melhor forma de perceber que sim, encaixa na perfeição, de facto os Budda Power Blues são "One in a Million", e como me disse alguém um dia: "tens a certeza que eles são Portugueses? Cá para mim estas-me enganar e eles são americanos... que cá não se faz disto assim..."

Não posso não falar nos últimos momentos das horas de Sábado quando houve uma versão da mítica musica Proud Mary (que toda a gente conhece como Rolling on the River) e viajamos a muitos sítios desde os Emmys com a mítica actuação de Beyonce com Tina Turner, e a mashups brilhantes dos Red Hot Chilli Peppers ou ainda melhor, quem é que algum dia sonhou em ter os Daft Punk no meio daquilo tudo com o Get Lucky?

O delírio total aconteceu com a introdução de Creep (sim, aquela musica que todos os "fãs" queriam ouvir no ano passado no Optimus Alive (ironia, hahahahahahaha) no meio de uma viagem alucinante em que demos por nós a cantar a letra de Proud Mary com o instrumental dos Radiohead. Acham impossível? Só quem nunca teve a oportunidade de ver estes senhores ao vivo poderá achar isso. Garanto.

Para acabar a noite da melhor forma possível, depois destas delicias todas, ficou a mítica "Verdes Anos", a de Carlos Paredes, tocada aqui ao estilo Jimi Hendrix, que levou a Concertina as lágrimas, e que a mim me enche de saudades de pessoas que já cá não estão e me arranca sorrisos do fundo da barriga.

Se podia fazer descrições mais pormenorizadas de todos os momentos? Podia, claro. Como a Concertina já tinha falado aqui, ir ver estes senhores é especial. E nós, que somos pessoas que até têm a fasquia muito alta, concordarmos as duas com isto, e sem discussão possível, é raro. Mas acontece.  


Falamos, para quem não sabe, de um power trio (no verdadeiro sentido da coisa) de músicos, liderados pelas guitarras de Budda, guiados pelo baixo de Tó Barbot e devidamente assistidos pela bateria de Nico Guedes, que nos presenteiam sempre com concertos muito intensos e muito bem tocados, e acima de tudo muito bem dispostos. Porque os blues não têm que ser tristes e sombrios.


Então, do que estão a espera para rumar a Braga no dia 18? Depois não digam que eu não avisei.

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