Os Dias das Haim.

Ora bem, vamos lá falar das Haim. E eu estou tão contente por isso.
Não, não se vai só aqui falar de Days Are Gone, o album novo. Mas só porque não pode ser, e não faz qualquer sentido. E já vão perceber porquê.

As Haim são uma banda americana, mais propriamente de Los Angeles (o que, à partida e no meu caso faria logo com que eu lhes achasse muito pouca piada.), formada só por raparigas, que por acaso até são irmãs. (De reter aqui a parte do "Só raparigas". Uma "All Girls Band" portanto. Não confundir com "Girls Band.") A história começa a ficar (mais) interessante no momento em que, eu descubro que foram apadrinhadas por Julian Casablancas (sim, o rapaz dos Strokes) e pelo maravilhoso Cee-Lo Green (que eu acho que dispensa apresentações.). Senhores de quem eu sou particularmente fã. E, sinceramente, eu acho que este apadrinhamento é notorio no trabalho das Haim. Mas pode ser impressão minha. Secalhar também é importante dizer que a banda foi a primeira da lista "Sounds of 2013" da BBC. E de mais não sei quantas, suponho eu.





O meu primeiro contacto com as Haim não foi, no entanto, em nenhuma lista, ou coisa que se pareça. Foi antes num site, sugerido por um amigo, com vídeos de autor. E eu confesso que fiquei logo muito bem impressionada com "Forever" (que também está em Days are Gone). Não, não foi só o video de "Forever" que me impressionou, mas foi essencialmente o som, que é muito diferente do que ouvimos habitualmente. É um "indie-quase-pop" inquieto e novo, com harmonias e repetições e uma percussão contagiante (ajudada pelo baixo). Uma coisa que me soou muito chic. No verdadeiro sentido da coisa.




O EP "Forever" que sai em Julho de 2012, tem a magnifica "Go Slow", um exemplo de musica calma, mas das que eu gosto, inquieta e pulsante ainda assim, e que vem muito bem acompanhada com "Better Off", onde encontramos de novo a "magia" da percussão e a intensidade doce que caracteriza as Haim.

Isto para dizer que, estas três músicas, que também estão em Days are Gone, já são muito familiares e já se entranharam há muito tempo.




Mais tarde, já em 2013, lançam o single Falling, que teve a sua estreia no programa de Jools Holland. Falling é uma das mais-valias do álbum que só sai muitos meses mais tarde, (30 de Setembro, ainda está quentinho!!!!!), sendo que, como já o andamos a ouvir há tanto tempo eu tenho alguma dificuldade em achar que, quer Falling, quer alguma das outras músicas de que já falei, é nova. 

Passemos então para as músicas novas que tem este Days are Gone, e começamos pelas que eu gosto menos. Sim, porque eu não acho Days are Gone um album irrepreensivel. 



Não, eu não gosto nada do estilo acustico e quase em "surf-Style-sem-garra" das Haim, que aparece em "Honey and I", "Don't Save Me" ou "Days are Gone" (A musica que dá o nome ao album). E digo até, que se não fosse a postura e interpretação caracteristica de Danielle Haim estas seriam, para mim, um pequeno desastre.



Já em "If I Could Change Your Mind" a coisa muda de figura, muito lentamente é facto, e começamos a entrar, outra vez, no som característico da banda. No tal som urbano e muito fashion até. Se aqui estivéssemos a falar em moda em vez de música eu podia quase que dizer que as Haim são retro-chic. (defeito de profissão, desculpem.) Um som, que em momentos me lembra os Fleetwood Mac. E eu gosto.




Chegamos então a "The Wire", para mim uma das masterpieces de Days are Gone. Com um som quase em modo anos 80, com uma batida forte que dá vontade de dançar e consequentemente de cantar e com uma letra brilhante onde claramente a rainha é a percussão.



Outros bons exemplos da boa música que fazem as Haim são "Running If You Call My Name" ou "Let Me Go", ainda que agora num registo mais low, menos "contentinho" e mais adulto se quiserem. Como se as Haim tivessem passado de meninas a mulheres com quereres e garra. 

Isto leva-nos então à que para mim é a melhor música de Days Are Gone, "My Song 5", onde há uma clara alusão a Song 2 dos Blur (Ohhh YEAHHHH!!!!) mas aqui num estilo mais desconstruído e mais denso, muito mais urbano e mais actual e especialmente muito mais ao meu género. 



My Song 5 é um claro exemplo de tudo o que eu mais gosto nas Haim, a banda feminina que faz música cantável e dançável, mas forte e densa umas vezes e outras delicada e doce noutras. Com muito boas letras e com um ar muito chic e despretensioso. Como qualquer rapariga moderna gostava de (saber) fazer. 

"I, oh I run away if you call my name, and I, I'll Keep running away if you come my way"  em Running If You Call My Name.

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