Ao vivo: Linda Martini no Lux

Cinco meses depois da passagem dos Linda Martini pela sala Tejo (que podem recordar em "Ao vivo: a noite eletrizante dos Linda Martini"), volto a vê-los em palco. Desta vez, no Lux-Frágil, e com direito a uma convidada muito especial, a fadista Gisela João.

E à saída de uma sala esgotada, a rebentar pelas costuras até, de sorriso no rosto e sob o efeito de adrenalina, a mesma palavra com que descrevi o último concerto ressoa na minha mente: explosivo.

A bateria de Hélio Morais deixou-me completamente sem chão, a Cláudia Guerreiro no baixo foi tão, tão bom que não há palavras. E claro, as guitarras electrizantes de Pedro Geraldes e de André Henriques, que continua com o desassossego na voz (e ainda bem).




Abrem com "Queluz Menos Luz" "só" para mostrar o quão extraordinários são os seus temas instrumentais. Depois, as guitarras envolventes de "Sapatos Bravos" - ainda uma das minhas favoritas, a primeira explosão do público com "Ratos". O regresso ao passado com "Juventude Sónica" dedicada a quem "tem aulas amanhã", antes de "Febril (tanto mar)",  sempre intensa e arrepiante.

"Juárez" é o momento mais rock, incentivado por palavras do baterista, com direito a mosh e tudo; "Partir para Ficar" antecede uma "Volta" arrebatadora, para acalmar um bocadinho. "Panteão" é, continuo a dizê-lo, impressionante ao vivo e "Belarmino Vs." a rasgar tudo.

Finalmente, a entrada de Gisela em palco - sim, estava ansiosa! - primeiro com "As Putas Dançam Slows", de melodia que nos embala e que com a voz da fadista ganha outra intensidade. "Pirâmica" - esse tema tão brilhante de "Turbo Lento" - faz o rock virar fado (ou então o fado virar rock, a verdade é que não interessa...), assim como a versão impressionante de "Adeus Que Me Vou Embora" (que, para quem não sabe, é um original de António Variações) - dá-nos a certeza que o convite à fadista foi uma aposta mais do que ganha. Pelo meio, "A Corda do Elefante Sem Corda", calma, mais serena, quase que serve de preparação para o stage dive de Gisela e a despedida emocionada, já sem o som dos instrumentos.




O encore fecha com brilhantismo uma noite arrepiante. "Amor Combate", um dos muitos temas maiores dos Linda Martini, é recebido em total euforia, e o refrão cantado a plenos pulmões. Como se fosse um rastilho para a invasão de palco que se deu com "Cem Metros Sereia" - e o stage dive de Pedro, Cláudia e Hélio, com André a manter-se em palco.

«Muito obrigado por nos encherem a sala hoje e amanhã. Por nos fazerem sentir felizes em Lisboa novamente», foram as palavras de Hélio Morais antes do concerto começar.

«Obrigada por nos oferecerem uma noite intensa, por nos fazerem vibrar, por nos virarem do avesso, por nos encherem de esperança», são as minhas. .


(nota final: infelizmente, outra vez, o fantasma do som. ou falta dele. sobretudo no início. não se ouvia a voz de André Henriques, ou o baixo de Cláudia Guerreiro. e mesmo quando Gisela João entrou em palco, a sua voz não parecia ter aquela força que lhe conhecemos.)

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