A energia dos Maximo Park
Na quinta-feira, dia 11, foi dia de regresso dos Maximo Park aos palcos nacionais. E, à falta de melhor palavra para os descrever, acho que foram simplesmente fabulosos.
Antes, uma primeira parte sofrível e de torcer o nariz. Ainda nem ia a meio e já custava ouvir os Lissabon... E, tratando-se da Concertina e da Chavininha, isto é grave. Pontos altos do mini-concerto dos Lissabon? Os três temas que fizeram parte dos Morangos com Açúcar! Porque foram os que reconhecemos e os que soaram menos mal - talvez os que foram melhor ensaiados... Entre eles, o single "Wake Wp" que ao vivo é bem menos irritante. Conclusão: não aqueceram nem arrefeceram... Ou como diria a chavininha "são chatos e aborrecidos".
Felizmente, este pequeno obstáculo musical foi totalmente ultrapassado assim que os Maximo Park entraram em palco.
Atuaram para pouco mais de uma centena de pessoas - sim, isso mesmo - e quando se pensava que se poderiam sentir intimidados ou desmotivados, a banda ofereceu-nos um concerto brutal, provando que são grandes ao vivo.
Paul Smith, o seu inseparável chapéu e os seus companheiros proporcionaram a quem lá esteve momentos memoráveis, demonstrando uma enorme simpatia e boa disposição.
E claro, o vocalista é um perfeito animal em palco. Mesmo. A fazer recordar a espaços o Michael Jackson - segundo a Chavininha. Embora eu ache que ele anda mais na onda do Mick Jagger quando era novo.
E que tal a setlist? uma mistura perfeita entre temas novos e mais antigos, ideal para explorar aquilo que se sente ao assistir a um concerto dos Maximo Park. Uma simbiose fantástica entre os cinco músicos, por mais que os nossos sentidos se percam apenas em Paul Smith e os seus moves, e em Lucas Woller, o alucinado das teclas.
A abrir com temas de "The National Health", foi com "Girls Who Play Guitar" que se sentiu a primeira reacção do público. Como um aquecimento, porque "Hips And Lips" e "Graffiti" obrigam-nos a mexer, tal é a energia que emana do palco.
E se em "The Kids Are Sick Again", sentimos finalmente o público a vibrar, muito por culpa do megafone usado por Paul Smith, é com "The Undercurrents" que se vive um dos melhores momentos do concerto, daqueles em que sentimos que não poderiamos estar noutro sítio qualquer senão ali...
Do puro prazer de "Take Me Home" - que provavelmente vai ecoar nas nossas mentes para sempre no registo insinuante e provocador - ao romantismo de "this is what becomes of the brokenhearted", em modo mais intimista, graças ao piano, chegamos a um dos meus momentos. "by the monument" é uma das minhas preferidas e os moços não desiludiram, fazendo regressar a energia ao palco.
"Books from boxes" foi outro dos grandes momentos da noite. Porque nos pôs a cantar a plenos pulmões. E, a terminar, "apply some pressure", que mostra a raça dos Maximo Park: um grupo cheio de talento, que se entrega de alma e coração ao que faz.
Com o público rendido, há tempo para mais alguns temas. "pride before a fall", que desconhecia, é lado b de um dos singles da banda, e nunca tinha sido tocada ao vivo. pareceu perfeita para nos ajudar a recuperar o fôlego e a energia para o que se seguia. a explosão completa em "our velocity" que lhes assenta que nem uma luva.
Foi um concerto fantástico, mesmo que Paul Smith nos tenha feito notar que a sua voz não tenha estado óptima - ele até pediu um pouco de mel ao staff - mas a verdade é que não nos demos conta. E só nos resta devolver-lhes o cumprimento: Maximo Park, "you're a kind bunch"
I won't survive but I intend to have a good time
Maximo Park em "Until the Earth Would Open"
Acrescento eu, que também tenho que dizer aqui que foi um dos melhores concertos que assisti ultimamente, em excelente companhia, e que não há como o senhor Paul Smith para animar uma belissima noite de quinta feira. Depois daquele concerto será muito dificil arranjar melhor entertainer/cantor. <3
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