Ladies and Gentlemen, and now... The Raveonettes.

Depois de um belissimo fim de semana altamente musical e não só passado com Miss Concertina na capital, estava aqui a pensar qual seria a melhor forma de apresentar estes dinamarqueses... E chego à conclusão que a melhor forma é sempre faze-lo pela musica. Ou melhor, atravez do que o seu som me faz sentir. Porque falar em todas as aventuras e desventuras de epocas passadas não tem a ver com o que queremos fazer aqui, senão ate podia contar que a loira Sharin Foo já foi eleita uma das mulheres mais sexy do ano, ou que, em 2005, numa digressão, lhes roubaram a carrinha com todos os instrumentos. Não, para isso vai se à Wikipedia. Aqui fala se de musica. E no caso eu vou falar em Observator, o album novo da banda.


A sonoridade caracteristica dos Raveonettes acentua-se aqui, neste Observator, acho eu. Acho que tudo se torna mais intenso, as harmonias vocais são mais harmonicas, o ruido torna se ainda mais parte integrante do som da banda, as guitarras estão mais fortes e eles mais arrojados. Ainda mais arrojados parece me a mim. (E que bem que me parece.)


Há qualquer coisa na banda que me lembra os Smiths, ou mesmo os Jesus and Mary Chain, ainda que num registo diferente, ou, como eu costumo dizer, numa outra dimensão. Há uma urbanidade propria nos Raveonettes, um sentimento de pertença à metropole, e a tudo o que lhe diz respeito. Não que não imagine o album a tocar no meio do campo, acho é que ele é mais proprio da cidade, da agitação, das luzes, dos carros, da acção.
Podemos imaginar que entramos em becos e ruazinhas estreitas, ou mesmo que vamos sair e jantar, sempre ao som da banda.  Ou com ela a fazer de banda sonora. Não consigo evitar fazer referencias ao Inverno, melhor ainda, à falta de sol, propria do norte da Europa, e também do Porto. Provavelmente porque todo o trabalho me lembra uma realidade mais "Noir", como num filme frances. Arrisco até a dizer que esta é uma banda hipster, se considerarmos que todos somos hispters à nossa maneira, especialmente os que não admitimos esta pertença.


Com belissimas letras, vozes penetrantes, harmonias vocais, guitarras que não disputam um lugar na musica, mas a guiam, ruidos, e tudo a que temos direito, arrisco a dizer que The Observator é um dos melhores albuns que tenho ouvido ultimamente, como aliás, os Raveonettes já me habituaram.

"I saw it you and me in time apart
I get a shiver from broken hearts
I like the sun when it don't shine
I make it hard on anyone

So many restless souls..." em Young and Cold

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