Muse: upclose and personal

O novo álbum dos Muse está finalmente em escuta. primeiras impressões? não mudo uma palavra ao que escrevi anteriormente ( as cenas novas dos muse ).

Continuo a gostar muito deles. continuo a achar que a teoria do Apocalipse já faz parte da mobília musical da banda. e confesso de novo que fiquei apreensiva com os primeiros avanços de "The 2nd Law".

Há uns dias tive oportunidade de ver excertos do concerto que deram em Colónia, e onde tocaram pela primeira vez algumas canções do novo álbum. E depois, em directo, o concerto que deram no iTunes Festival. E pensei apenas nisto: os temas (novos) ao vivo ganham uma força tremenda. e conquistam-nos.

Se há coisa que admiro em bandas como os Muse e os Radiohead é a coragem - será essa a melhor palavra? - de levarem a experimentação ao limite, de quebrarem barreiras, de quererem sempre fazer diferente, álbum após álbum, sem receio de desiludirem.

E é o que a discografia dos Muse reflecte: uma evolução constante de disco para disco, mas mantendo sempre uma impressão digital, que nos faz pensar neles quando ouvimos temas tão díspares como "Citizen Erased", "Knights Of Cydonia", "Resistance", ou mais recentemente "Madness".

Mas falemos então sobre este "The 2nd Law". 

Fiquei viciada em "Supremacy" quando a ouvi no youtube, ainda meio distorcida em vídeos de fãs. É para mim o tema que melhor identifica os Muse roqueiros, e provavelmente o que vai gerar mais consenso junto dos fãs mais conservadores. Riffs de guitarra a lembrar o tema principal do filme Godzilla. E logo depois, a voz melódica do Matt, como se fosse a voz da razão - you don't have long / I am on to you / the time, it has come to destroy... / your supremacy

De repente, um ligeiro murro no estômago. "Madness" (sobre a qual já falei), "Panic Station" - os Muse em modo pop/rock, e uma "Prelude" em que sentimos a influência da música clássica - que eu tanto adoro - perfeita introdução para uma "Survival" já conhecida e acarinhada cá em casa :)

Segue-se "Follow Me", que é talvez o tema mais pessoal de todos, não só por causa da letra, mas sobretudo porque, se escutarmos com atenção, podemos ouvir o batimento cardíaco do filho do Matt Bellamy...

Em "Animals", regressa a revolta interior sempre presente na carreira dos Muse, para depois sermos embalados por uma "Explorers", em que a voz do Matt sobressai, à semelhança de "Endlessly" e de "Invicible" presentes em álbuns anteriores. "Big Freeze" deixa transparecer a influência dos U2, no ritmo, na letra, no chamamento das palmas e do refrão a plenos pulmões.

E depois, as surpresas.

Uma "Save Me" cantada belissimamente pelo Chris Wolstenholme (o baixista), um tom de voz tão diferente do do Matt, mas ao mesmo tempo envolvente... é um tema que me faz pensar em redenção.


"Liquid State" (também cantada pelo Chris) volta a dar-nos uma imagem mais roqueira dos Muse, oferecendo-nos um regresso às origens.

Para o fim, a canção 2 em 1: "the 2nd law". um conceito que exploraram em "The Resistance" com "Exogenesis". A primeira parte, "Unsustainable" - que também já abordei - é a revolução, a revolta. A segunda parte, "Isolated System" - a fénix renascida. o tal dub step que tanto zum zum criou nos meses que antecederam o lançamento do álbum. os destroços, o dia seguinte.


Escutada a última nota, olho para este "The 2nd Law" como para um romance em tempos de guerra. Uma introdução violenta, completada por temas muito mais pessoais (a vida pessoal de Matt e o nascimento do seu filho), mais íntimos (o grave problema de alcoolismo do Chris), com um final que nos deixa em sentido para o que der e vier.

Porque, quer invistam no rock, no pop, na música clássica, no dubstep, na electrónica, os Muse serão sempre os Muse.

Don't give in
We can walk through the fields

Muse, em "Explorers"

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