As bem aVENTURAnças dos Jamaica.

Toda a gente (por mais que alguns digam o contrario) tem as suas bandas "fetiche", é a realidade. E os Jamaica sempre foram uma das minhas. Desde que ainda se chamavam Poney Poney.
Isto porque, como eu estou farta de defender, os franceses, nestas coisas da electrónica, sabem tão bem o que fazem que temos que lhes dar o seu (mais do que devido) valor.

Os Jamaica são um duo, Antoine Hilaire e Flo Lyonet, e Ventura é o segundo álbum do projecto, sempre muito bem acompanhados na produção por dois nomes mais do que brilhantes: Xavier de Rosnain dos Justice e Peter Franco, produtor dos Daft Punk.



Claro que, depois disto, não se pode esperar pouco seja de que projecto for,  e a verdade é que os Jamaica são uma das bandas com melhor som da actualidade. E não, não se fala aqui de electrónica simples e pura, mas sim de indie, por mais "estranho" que isto possa parecer depois da minha introdução à banda.
Um indie com sintetizadores mas poucas distorções, com ritmo feito com bateria e não com caixas de ritmos e com guitarras acutilantes. Como eu mais gosto.



Ventura começa com "Two on Two". E, quando começa, a verdade é que não há como ficar indiferente: começa a festa: o poder da bateria inquieta e da guitarra a marcar o ritmo (sempre, mas sempre o ritmo marcado) e a voz de Hilaire fazem-nos descolar em direcção à tal festa, até na letra.

(Ouvir os Jamaica nunca me decepciona, e isto, que fique claro desde já, vai estar presente durante toda esta tentativa de falar sobre Ventura.)



Mas, se quisermos ainda mais rock, mais ritmo e uma letra mais grandiosa que faz com que se queira gritar e dançar sempre temos que ouvir "High Than Low", "Ricky" e "Turbo", sendo que, nesta ultima musica, o baixo ganha todo um novo poder. Mesmo quando pomos a tocar "Goodbye Friday" há rock. Ainda que aqui este evolua para algo mais electronico, mas por causa da melodia em si.



"Hello Again", altamente emotiva, é uma das razões porque eu acho que os franceses são tão bons a fazer este género de musica: emoção, crescendos que explodem no refrão e uma melodia tão, mas tão bem pensada e cheia de sentido de "novo".

O mesmo acontece em "All Inclusive", "Ferris Wheeler" ou "Same Smile", sendo estas duas as minhas preferidas deste Ventura.



Claro que, até aqui, todas as musicas vem de encontro ao que já tinhamos podido encontrar em Jamaica, o primeiro álbum da banda. E só em "Houdini", "Golden Times" e "Rushmore" encontramos um lado mais calmo dos Jamaica.
Mais calmo, mais baladeiro e mais pop, sem nunca ser chato ou "too much", com muitas influencias dos anos 80 mas sem nunca se colar a eles.


Os Jamaica são, para mim, o tesouro mais bem escondido dos últimos tempos, e ainda bem.

E eu, espero que eles continuem o seu percurso, de forma a poderem ser sempre surpreendentes de cada vez que tocam. 
Neste espaço e tempo ou noutro qualquer, com este nome ou com outro, mas sem nunca perder a sua identidade. Porque desta eu gosto. E muito.

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