Royal Blood: o rock tem sangue novo

Os Royal Blood chegam-nos de Brighton, UK e diz que são considerados a nova esperança do rock n' roll. Eu acrescentaria, do barulhento, porque do outro, para mim e para a Chavininha, não há nada como os Arctic Monkeys - os mesmos que de certa forma ajudaram à promoção dos Royal Blood quando Matt Helders, baterista dos Arctic Monkeys foi visto com uma t-shirt da banda. - já se sabe como é, se ele gosta, não podem ser maus...
Criou-se o burburinho, também à custa dos EP's que foram saindo e o álbum homónimo apareceu em Agosto.




E à primeira escuta, o lema é de facto, como li na NME, «loud is good».
É um disco rock. Ponto.
Muita guitarra, muita bateria.
As canções não são assim tão diferentes, as letras não são profundas ou sentimentalistas, sem que isso seja uma coisa má.
Em "Royal Blood", o ressentimento encontrou a sua forma: o «barulho».

O mais incrível é que soam a um punho de gente mas são «só» dois, o baixista e vocalista Mike Kerr e o baterista Ben Tatcher - dizem os entendidos que o «truque» está no baixo usado por Kerr, criando uma sonoridade dupla, ora de guitarra ora de baixo.





Brutal é talvez a palavra que mais vezes ressoa quando ouço o disco, é electrizante do inicio ao fim.
Soam eficientes, potentes e o som flui naturalmente.
Se por um lado os riffs de Kerr são explosivos, excitantes, criando até momentos «pele de galinha», Tatcher é fantástico com a sua bateria ora certeira, ora tensa, dinâmica, e explosiva quando é (mais) preciso.
Complementam-se de forma perfeita, como se estivessem sincronizados até ao osso.





É o que se sente quando ouvimos "Out Of The Black" (e a entrada da bateria, potentíssima)
Ou «Come On Over», com um riff inicial e outro no final que a tornam na canção mais roqueira do disco. 
O groove de «Figure It Out» é acompanhado por uns riffs certinhos mas estrondosos e uma bateria certeira.





A parte final de "You Can Be So Cruel", a canção mais «soft» de "Royal Blood", é absolutamente louca.
"Little Monster" é o single perfeito, eu acho. Riffs potentes, uma bateria perfeita.
E a parte instrumental é brutal.





"Loose Change" é outra que apresenta mais um riff estrondoso, "Careless" e "Ten Tonne Skeleton" têm uma batida ritmada, tal e qual compasso.
E a fechar, "Better Strangers" com a bateria de Tatcher a marcar o passo enquanto Kerr deslumbra no baixo.





Os meus ouvidos não são assim tão fãs do «barulho» mas, escutado o disco de uma ponta à outra, não é assim tão disparatado todo o hype à volta dos Royal Blood.
Numa época em que o rock n' roll parece perdido e relegado para outros planos, estes miúdos - apadrinhados pelos Arctic Monkeys - são bem capazes de o trazer de volta às luzes da ribalta.

«cause i'm a thousand miles from danger 
if i make a better stranger of you»

Royal Blood, em "Better Strangers"

Sem comentários:

Imagens de temas por merrymoonmary. Com tecnologia do Blogger.