As cores todas das viagens de Eugene McGuinness.

Já não é a primeira vez que eu falo de Eugene McGuinness, rapaz que já foi alvo da minha atenção quando saiu The Invitation To The Voyage, o seu primeiro álbum (aqui).
Confesso que estava expectante quanto à saida de Chroma, porque, o que acontece normalmente quando os primeiros albuns são assim tão bons é que a coisa nunca mais chega lá outra vez, e eu fico sempre muito desiludida.



Se o seu som mudou desde aí?
Mudar não mudou, mas também não está igual. Está mais crescido, mais maduro e mais seguro.
E isso é assim tão bom.

Claro que continuamos a ter uma sensação de viagem aqui, e, claro que também há influências de músicas de outras culturas (mas disso falo ali mais em baixo), sempre no seu melhor som indie, aquele que a mim, para dizer a verdade, mais me agrada, eu confesso.



Esta nova viagem de McGuinness começa agora, aqui em Chroma, com "Godiva", com um rock do bom, sempre marcado pela voz tão característica de Eugene a dominar a cena, com uma melodia absolutamente brilhante e um refrão muito marcante. "Godiva" é uma das jóias da coroa deste album, e, é também uma das musicas que eu mais gosto.
A viagem segue com "Amazing Grace", que nos leva a viajar para um sítio mais oriental, claramente algures para os lados da Índia (provavelmente por causa do uso das cítaras?), onde não consigo deixar de ser levada até as memórias dos Kula Shaker, se os conseguissemos misturar com os Beatles.  Porque sim, o som de McGuinness é assim tão original, como também acontece com "Immortals", outra das músicas mais fascinantes e mais originais de Chroma para mim. 




Mas Chroma não é só isto. É muito mais rock em "Black Stang", muito mais calmo em "I Drink Your Milkshake" ou "She Paints Houses", muito mais harmónico em "Crueller Kind" ou mesmo mais "avant garde" em " Heart of Chroma", a música onde, provavelmente temos tudo o que de melhor McGuinness faz:  ritmo, um baixo brilhante e a voz. Musicas com grande impacto e qualidade. Musicas que são a continuação de The Invitation on Voyage, sem serem mais do mesmo. Musicas que marcam a diferença sem nos retirar do mesmo caminho.




"Mas é só isto?"
Não, não é.

Há momentos mais inimistas como "Deception of The Crush", a verdadeira anti-"love song", mais doída e intimista, com toda uma toada mais old-school ao mesmo tempo, "All in All" e "Fairlight", que nos deixam com a sua explosão de musicalidade, luz e som.



Eugene McGuinness continua a fazer música tão boa como em já fazia em Invitation on Voyage, embora o (nosso) destino, desta vez, seja outro. Continua a ser consistente, como já era antes. 
A única grande diferença é que cresceu.

E eu, honestamente, continuo a achar que a mais valia de Chroma é a sua consistência. A das musicas, a das letras, a dos sons, a das viagens, a dos ritmos e a da voz.
Aquela coisa de que, quando começa a tocar, sabe-se que é ele. 
É isso, não se compra. 
Só se deve estimar. 


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