"20.13. A lonely garden in the middle of a small house", o regresso muito aguardado de Noiserv

 

Esta tarde de Sábado, é tempo para o regresso de Noiserv (sobre quem já falei aqui) às canções. O primeiro avanço para o próximo álbum (previsto para Outubro) chama-se "20 . 13 . A lonely garden in the middle of a small house" e traz de volta composições em língua inglesa, sem perder o tom contemplativo a que nos vem habituando.

A canção tem como tema central a solidão, refletindo sobre ilusões de controlo, rotinas, dificuldade de adaptação e o desejo silencioso de encontrar sentido no caos interior. É uma peça de música introspetiva e emotiva, como sempre, e também dinâmica e criativa.

Ora ouçam:

Confesso que já tinha saudades do seu trabalho. Desde há muito que me acompanha, e há sempre algo de mágico nas suas canções, sejam elas mais despojadas ou mais experimentais. Este novo single talvez entre na segunda categoria, não só pelas constantes mudanças de texturas e de harmonias, como pela própria construção.

As teclas, que lhe são tão características, marcam o (com)passo e o ambiente, feito de linhas melódicas vivas e tão harmoniosas quanto dissonantes. A paisagem sonora é complexa, mas, ao mesmo tempo, tudo faz sentido, num misto de caos e de conforto, criando e despertando diferentes emoções e sensações ao longo dos seus quase 4 minutos. A voz mantém o sentido de melodia que lhe conhecemos e, também, em doses iguais, uma sensação de conforto e de inquietude. 

"20 . 13 . A lonely garden in the middle of a small house" é uma peça delicada e vibrante, que é melancólica mas também é calorosa, que é sentida e que é cinematográfica. É, sem dúvida, um regresso em grande forma do «homem-orquestra» e é para ouvir sempre que precisarmos de uma pausa.

nota final: entretanto, saiu mais uma canção, "20 . 05 . A self-conversation is too loud for an empty room" que conta com um coro de vozes bem conhecido - Afonso Cabral, Best Youth, Bia Maria, First Breath After Coma, Selma Uamusse e WE TRUST - e é mais uma canção orquestral, contemplativa, imersiva e vulnerável também, mas, ao mesmo tempo, com uma aura luminosa, que merece bem a escuta atenta.