Play & Repeat: "Exile", Taylor Swift ft. Bon Iver

Nunca imaginei que este dia pudesse chegar. O dia em que, neste espaço, falaria de Taylor Swift.

Pois bem, aqui estamos. A artista lançou na passada sexta-feira um álbum surpresa, "folklore", que contou com a colaboração de Aaron Dessner, Bryce Dessner e Bon Iver, entre outros.

Confesso que o burburinho nas redes sociais aguçou a minha curiosidade e provavelmente a de tantos outros que, como eu, não se identificam muito com a música de Swift mas seguem o trabalho dos The National e de Bon Iver. E não resisti a ouvi-lo.

Não tenho ainda opinião formada sobre o dito, nem sei se voltarei a ouvi-lo tão cedo (embora admita que, ao encontrarmos o dedo dos The National, Bon Iver e 37d03d na maioria das canções, a coisa soe logo diferente da "típica" pop - será que é desta que a moça vai chegar a um outro público, mais indie / folk, ampliando o seu domínio?).

Mas não podia deixar de falar em "exile", o tema do disco que junta Swift a Justin Vernon na interpretação.

"exile" é uma canção intimista, carregada de emoção e guiada por uma linha de piano envolvente. É a voz de Vernon que se ouve primeiro, num registo grave e cru. A de Taylor Swift chega depois, mais suave e delicada, criando um contraste interessante. A meio da canção, as duas vozes encontram-se e confrontam-se, naquele que é um momento poderoso e arrepiante, que nos mantém em suspenso até ao fim.

Nunca pensei em dizer (e escrever) isto na vida, mas "exile" de Taylor Swift é uma canção que poderia ter saído do catálogo de Justin Vernon e companhia. E foi provavelmente por esse motivo que entrou directamente para a minha lista de favoritas do ano.