"Your Touch" e outras canções, a sonoridade cativante dos Girlfriends and Boyfriends

 

Hoje, apresento-vos os Girlfriends and Boyfriends, banda new wave / post-punk de Vancouver, no Canadá. "Your Touch" é um dos seus mais recentes singles, parte integrante do seu terceiro disco "Fallacy of Fairness", lançado em fevereiro deste ano. E que, não sei bem como, me passou ao lado até há pouco tempo atrás.

Ao longo de 10 canções, a banda, composta por Grant Minor (baixo/voz/sintetizadores/guitarra), Peter Panovic (guitarras/sintetizadores), Ben Lowe (guitarras) e Ian Pierre Cardona (bateria), traz de volta o glamour do new wave e a garra do post-punk, a que se acrescentam pozinhos de dark rock e até de gótico. 

Depois de ter ouvido o disco, "Your Touch" continua a ser a minha favorita. Tem uma aura deliciosa a anos 80, muito por culpa da voz envolvente e urgente de Grant Minor, extremamente bem colocada, que nos remete para essa época dourada. O ambiente seduz-nos com a sua exuberância, a linha de baixo é incrível, o ritmo entranha-se. E o refrão cola-se em nós.


A veia orelhuda dos Girlfriends and Boyfriends não se fica por aqui; aliás, todas as canções têm algo que nos prende o ouvido.

Por exemplo, "Memento Mori" tem uma linha de guitarras reluzentes que pairam sobre uma secção rítmica densa e contagiante, ao passo que "Forever By My Side" tem em si o lado mais imediato e pulsante do rock, sem deixar de lado a emoção. "Colour Shining Bright" é um dos temas maiores, com as diferentes tonalidades dos sintetizadores a entrelaçarem-se com uma linha de baixo groovy e arranjos luxuosos, um ritmo irresistível e uma voz magnetizante.


"Dirty Words" encarna o espírito dos The Smiths, enquanto nos conquista com a sua linha de bateria dançável, o baixo opulento e sintetizadores radiantes (que se destacam também em "More"). Em "Heaven Help Me", surge uma aura mais carregada, mas não menos cativante. Aliás, quanto mais a ouço, mais a acho brilhante. Por entre uma paisagem sonora encorpada, irrompe a voz cristalina de Lindsay Leigh Dakin, numa espécie de contraponto luminoso à de Grant. E o solo de guitarra é de fazer inveja, de tão exímio. 

Se há algo que se sente em "Fallacy of Fairness", para além do equilíbrio perfeito entre tonalidades mais vintage e sons mais modernos, é a capacidade tremenda destes rapazes em criar canções tão sofisticadas quanto descontraídas e orelhudas, com melodias bem construídas e arranjos cheios de vida. 

São tão boas para o sing along como para «abanar a anca», e, por isso, são para ouvir sempre que quisermos transformar a sala numa pista de dança.

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