"Born In The Wild End", o novo e relacionável single dos Champ
O destaque deste fim de tarde vai para os britânicos Champ, que trazem consigo um som que faz jus ao lugar de onde vêm, a costa nordeste, feita de bairros pequenos e sonhos grandes.
Criam canções para quem cresce longe dos centros, mas que sente o mundo a bater no peito, e o novo single, "Born in the Wild End", que é também o tema-título do EP de estreia, é exemplo disso mesmo.
A composição carrega em si o impulso de recomeçar, a inquietação de querer sair e o carinho inexplicável que nos prende ao que é familiar. Move-se entre dimensões mais íntimas e expansivas com naturalidade, evocando o turbilhão de emoções que vai cá dentro quando nos pomos a caminho.
As guitarras soam amplas e luminosas, calorosas também, enquanto a secção rítmica mantém um pulso constante, quase como o respirar fundo que tenta controlar o coração acelerado. Há um brilho jovial na melodia, mas também uma sombra suave, duas faces indissociáveis da mesma moeda.
Liricamente, a canção toca na sensação universal de crescer num lugar que nos molda tanto quanto nos limita. Retrata-se com honestidade a relação com a terra natal, tão cheia de contradições, onde amor e frustração de mãos dadas, onde a amizade é um refúgio e um impulso para seguir em frente.
"Born in the Wild End" é uma canção tão nostálgica quanto esperançosa, que tem em si conforto mas também inspiração. É música para quem ainda não sabe para onde vai, mas sabe que não pode ficar parado, e é para ouvir sempre que precisarmos de despertar o nosso espírito aventureiro.

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