Resumo breve de um primeiro dia de Nos Primavera Sound

Foto by IFields
Foi com a alegria habitual que me dei conta de que já estávamos em dia de Nos Primavera Sound. Mais que não fosse porque era no primeiro dia que estava marcado o concerto que me fez ter a certeza que tinha que regressar ao Parque da Cidade: era dia de mais um rendez-vous com Jarvis Cocker.

Muito por causa da depressão Miguel, que assolou o norte do país durante a manhã e a tarde, estava renitente quanto ao resto dos concertos. Fica sempre bem dizer que foi só por causa da depressão Miguel, mas, na realidade, foi por tudo: Dino D'Santiago ia abrir o festival às 17h, Jarvis tocou às 21h, e não havia nada ali no meio que me fizesse querer ir para a chuva, que, entretanto por volta dessa hora parou.

Mas vamos ao que interessa.
Eu fui ver Jarvis Cocker. um dos meus preferidos desde os tempos dos Pulp. Uma das minhas pessoas preferidas na Música, que, como seria de se esperar, deu um concerto mais do que fabuloso ontem à noite.

Foto by Chavininha

Jarvis que entrou em palco ao som de uma versão desconstruída (e muito bonita) de "Heart of Glass" dos Blondie. Que fez logo questão de comunicar connosco daquela forma bem-disposta e excêntrica a que sempre nos habituou, e de dizer que adorava o Porto, e Portugal, e que não estava com os Pulp, mas sim com o seu novo projecto Jarv Is.

Foto by Chavininha

Jarvis que, com o seu mais do que característico fato de bombazina castanha, dançou, com aqueles seus passos meio descoordenados que me fazem suspirar, enquanto nos ia apresentando as canções do seu projecto mais recente. Que nos foi entretendo com uma "máquina" de estalinhos, que atirou chocolates para o público, que foi falando das canções e das suas desventuras na baixa da cidade à chuva... E mesmo quando o S. Pedro resolveu mandar mais chuva, daquela à Porto (10 minutos muito intensos), Jarvis veio para o meio do público para que não nos sentíssemos postos de parte, e para que pudéssemos todos partilhar do mesmo sentimento de estarmos molhados até aos ossos.

Jarvis que cantou "Further Complications". E que nos levou a dançar com bolas de cristal. E que fez de mim uma pessoa muito mais feliz.

Foto by Chavininha

Depois disto, e dadas as condições em que ficámos depois dos tais 10 minutos muito intensos de chuva e vento, viemos para casa. Até porque era o primeiro dia e ninguém queria arriscar a pneumonia que iríamos apanhar se não viéssemos tirar os kispos encharcados. Sempre com a certeza de que tínhamos assistido a uma hora e meia de espectáculo como já não se via há muito tempo no Parque.
E, mesmo sem qualquer referência aos Pulp, sendo ele só Jarvis, o frontman dos Jarv Is, eu dedico-lhe todo o meu amor e a minha total gratidão: foi tão bonito acabar o espectáculo a cantar "Cunts Are Still Running The World", em harmonia com todo um set de canções provocadoras e especiais como só ele sabe fazer melhor. 

Para hoje, o menu é diferente: vamos já ter com Aldous Harding, com Mura Masa, com Courtney Barnett e afins, até porque a depressão Miguel já foi à vida e hoje, no Porto, está um sol radiante. Talvez porque o S. Pedro goste mais deste cartaz, ou porque também ele se tenha apaixonado por Jarvis e não o queria deixar ir embora assim, sem experimentar o Porto, à chuva, num dia que se queria de Primavera.

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