Concertinices sobre discos, edição 2019 (II)


Continuamos hoje com mais «concertinices», desta vez sobre os discos que fui ouvindo ao longo do Verão.


Para quem não sabe, é uma versão alternativa (piano e voz) para "Yawn", o disco de 2018 que na altura me passou ao lado, mas que fiz questão de ouvir por alturas do concerto no Musicbox e que é, de facto, um conjunto apaixonante de canções, cuja força vem dos instrumentos. Aqui, somos "obrigados" a escutar as letras, frases sentidas e emotivas. Nem sempre é fácil, mas o piano serve de conforto quando só conseguimos sentir as emoções à flor da pele. Todas mexeram comigo, e ainda mexem, mas "Don't Be Scared, I Love You" continua a ser a que me leva sempre às lágrimas.


Tinha algumas expectativas depois de ter ouvido o primeiro single "Alligator", canção cheia de pujança e mais «roqueira». No entanto, "Fever Dream" soou-me a um disco de canções soft e fofinhas que às tantas me aborreceram. Nota positiva para a dançável "Vulture Vulture" e para "Wars" que, apesar de soar um bocadinho radio friendly demais, tem uma linha de baixo do caraças.


Dei-lhes mais uma oportunidade quando muitos desistiram. E à primeira escuta, "Duck" soa bem melhor que "Stay Together", quanto mais não seja porque tem mais guitarras e menos coisas da electrónica. À segunda escuta, parece-me (novamente) um disco para as massas e para os concertos, para pôr definitivamente os fãs a cantar e a bater palmas. No meu caso, é (só) mais um tiro ao lado destes rapazes. Que saudades dos seus good ol' days!


É a banda sonora ideal para as festas de Verão na praia. O terceiro disco dos britânicos é uma conjugação de música para dançar, alegria e muita energia (e aviso que são precisos sapatos de dançar muito bons para aguentar tudo até ao fim!). Pessoalmente, vou achar sempre mais graça a isto ao vivo, sentindo toda aquela energia brutal que só se tem em concertos. Em disco, não é a mesma coisa; além disso, do que eu gosto mesmo é do primeiro disco e este não será tão memorável. Ainda assim, a tropical "Silhouettes" e as contagiantes "Love Like Waves" e "Lack of Love" fazem-me sempre querer levantar da cadeira e dançar como se não houvesse amanhã.


Demasiado alternativo e «agressivo» para os meus ouvidos, que não são assim tão dados a estas coisas da música electrónica, excepção feita a "Serbia Drums", bem mais ear-friendly. O resto pareceu-me o alinhamento das discotecas da cidade em modo after-hours. Nada contra, só que não é para mim.


"Chased By Wolves" é uma viagem ao passado com canções orelhudas para matar saudades desses (gloriosos) anos 80. São notórias as influências da synth pop dessa altura e é neste mundo que os meus ouvidos melhor recebem os sintetizadores. "Heartbreak" foi-me conquistando aos poucos e "Chased by Wolves" é melodicamente harmoniosa e catchy q.b.. Em "Sirens", sente-se melhor a harmonia vocal característica dos Flight Brigade, e "Where Eagles Dare" mostra-nos um lado mais roqueiro que lhes fica mesmo bem. Fiquei rendida a "Fury Road" e "Tinderbox", e, escutado o disco integralmente, essas ainda são para mim as suas canções maiores.


Segundo disco a solo do mano Gallagher mais cool. Goste-se ou não da persona, a verdade é que a voz dele continua a ser uma das mais interessantes da cena Rock & Roll. E isso é notório neste disco. Confiante, aguerrida quando tem de ser e mais soft quando as melodias assim o pedem. O disco começa em alta, com "Shockwave", "One of Us, "Once" e "Now That I've Found You" (ideal para o singalong) e "Why Me? Why Not.". Arrefece nas seguintes, em jeito banho-maria, até ao fim, destacando-se "Gone". As canções não fazem esquecer as influências de Oasis ou The Verve e muitas das composições são crowd pleasers, mas o melhor de tudo continua a ser a voz tão característica de Liam. A performance é, para mim, irrepreensível, adaptando-se aos diferentes estilos, ritmos, tempos. E só por isto já vale a pena ouvi-lo.

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