EP do dia: "Take What You Want, Do As You Please", Julia Church


O outro destaque do dia é o novo EP de Julia Church, lançado no passado dia 11 de Outubro. Falei dela há uns tempos aqui quando me deram a conhecer "Tremble", o single de apresentação de "Take What You Want, Do As You Please".

E o que se destaca logo em todas as canções é a voz incrível e tão versátil de Julia Church. Para mim, é claramente o melhor de tudo, uma voz quente, apaixonada, forte, aguerrida mas também vulnerável, doce e delicada quando é preciso.


"Square 1" é a primeira canção, e não pude deixar de recordar a voz de Hannah Reid, dos London Grammar, nos primeiros segundos. A melodia, entre o jazz e a pop vai-nos conquistando, com variações de tom e de textura, com os seus ritmos e batidas, e na parte final, uns strings maravilhosos. E por entre essa paleta de sons emotivos, a voz de Julia atrai-nos para o seu mundo. 


"Going Home" é a canção que se segue, com um beat mais electrónico que se cola ao nosso corpo. O ritmo contagia e mexe com os nossos sentidos, o refrão aparece como uma espécie de raio de luz, trazendo um equilíbrio incrível à melodia densa. E, mais uma vez, a voz de Julia a soar deliciosa aos meus ouvidos.


Em "Residue", voltamos a um registo mais clássico, voz e piano, que é absolutamente maravilhoso. A melodia é forte e emotiva, e a voz mais doce age como contrapeso. A meio entram os synths que dão  ao ambiente um toque mais moderno que lhe fica mesmo bem.


A meio do EP, chega "Tremble" que continua a ser presença assídua na minha playlist de canções favoritas. Ainda hoje, causa-me arrepios de cada vez que a ouço, de tão intensa.
"Stars" é outra das que colou assim que começou a tocar. Fiquei logo rendida à voz absolutamente incrível, ao ritmo que se entranha no esqueleto e não nos larga, e a (mais) uma letra que mexe cá dentro. 


"Crawl" é a última canção do EP e foi o segundo single. Na altura em que saiu, confesso que não me entusiasmou. Não teve o mesmo impacto de "Tremble". Mas o distanciamento ajuda nestas coisas da Música e hoje "Crawl" é também ela incontornável. É uma canção mais ear friendly mas muito equilibrada, com densidades e texturas diferentes. E o seu som mais alegre fecha com chave de ouro este novo trabalho.


"Take What You Want, Do As You Please" é um EP cheio de boas canções que são diferentes entre si no que diz respeito a estilos e texturas, mas têm um elemento comum: a voz envolvente de Julia Church. É, para mim, e sem qualquer dúvida, uma das vozes femininas mais arrebatadoras dos últimos tempos.
E enquanto o disco de estreia não chega (previsto para a primavera de 2020), vou ouvindo este EP em repeat, porque me faz sorrir e sentir o coração cheio.

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