Manhãs de melodias quentes, com SYML

Começamos o dia em Seattle, terra de SYML, (que se pronuncia "simmel" e significa "sorriso" em galês), o projecto de Brian Fennell.
"Symmetry" é o seu novo single, uma canção reflectiva, inspirada pelo interesse do artista em buracos negros. Nas palavras do músico, «há algo de extremamente belo e intimidativo no infinito», daí que todo o ambiente musical nos soe mágico, denso, poderoso, emotivo.

Fui arrebatada pelo instrumental, assombroso, que me vai enchendo o coração sempre que sinto o seu poder. Desde o dedilhar da guitarra, os strings, a secção de sopro, tudo em perfeita harmonia, criando um ambiente rico e esmagador. A letra, por seu lado, remete-me constantemente para o mundo das canções de embalar, e não consigo deixar de sentir algum conforto quando me deixo envolver.

E a voz de Brian, suave, doce e serena, aparece como um contrapeso na balança, o contraste perfeito que encaixa tão bem na melodia, que não poderíamos pedir mais nada desta canção.

Mas "Symmetry" reserva-nos, mais lá para o meio, um crescendo arrebatador, que me deixa em sobressalto (dos bons) e que apenas o final, com a guitarra dedilhada e a voz suave de Brian, consegue apaziguar.

Rest now, my child, the day is done

The dark comes for everything

Inside the heart of everyone

There lives infinity

"Symmetry" é uma canção bonita, reconfortante, melódicamente rica e que nos faz bem aos sentidos. Qual banda sonora para um lento acordar, parece-me perfeita para ouvir nestas manhãs cinzentas e chuvosas, dando-nos a força necessária para enfrentar com a maior serenidade a semana que agora começa.