Concertinices sobre discos, edição 2019 (III)
Fonte: Pinterest |
A poucos dias do final do ano, retomo a rubrica "concertinices" com os discos que têm passado por cá nas últimas semanas. Mais uma vez, em duas partes, para não massacrar ninguém. ;)
"Um álbum duplo? a sério?" foi exactamente que me passou pela cabeça. Não é nada habitual nos dias de hoje (mas parece que a moda pegou). O resultado? Duas faces da mesma banda separadas por pouco mais de seis meses, diferentes entre si, e, ao mesmo tempo, com as características que reconhecemos no trabalho dos Foals: sons densos, complexos até, letras incisivas, guitarras rasgadas, muita energia, e claro, a voz de Yannis sempre intensa e aguerrida. Confesso que a parte 1 foi menos imediata, difícil de encaixar à primeira escuta, talvez por me soar mais experimental. Excepção feita à enérgica "Exits" que colou logo e à pujante "White Onions", recordando tempos antigos da banda britânica. Em "In Degrees" apeteceu-me dançar, e em "On The Luna" os moços dão asas aos sintetizadores. A parte 2 está para mim mais perto do que lhes conhecemos, e destaco "The Runner" com as suas guitarras vibrantes que nos prendem a atenção até ao fim, "Wash Off", canção de energia pura e "10,000 feet", uma espécie de balada rock old school que se vai entranhando na pele.
Segundo disco de Laeticia Tamko, onde mais uma vez se destaca a voz intensa da miúda. Tem mais synths e mais pozinhos da electrónica e por isso não me encheu tanto as medidas como o anterior "Infinite Worlds". Ainda assim, colei em "Flood" que junta pujança, delicadeza e sofisticação a uma performance vocal cheia de power, de forma perfeita.
"Ology" foi um dos discos que ficou de 2016 e por isso havia alguma curiosidade em pegar no segundo de Gallant. Infelizmente, a coisa não se deu, nem com os singles. Muitas escutas atentas depois, e é "só" mais um disco de R&B como tantos outros por aí.
Um disco dividido em duas partes, "Sunrise" e "Sunset". Falo neles mais porque achei graça ao conceito que envolveu o lançamento e à mensagem por trás do disco - o concerto na Jordânia foi qualquer coisa de intenso... Só por não ter cenas da electrónica já me deixa contente, mas nenhum dos temas me entusiasmou tanto como "Arabesque" (ler aqui). No entanto, nota muito positiva e emotiva para os instrumentais "Sunrise" e "بنی آدم" (Bani Adam).
Mais um dividido em duas partes, "Christmas Past" e "Christmas Future", numa clara alusão ao conto de Dickens. O disco conta com 28 canções entre clássicos (batidos) da época e novas composições. Como já ouvimos muitos dos temas mil vezes e em outras tantas versões diferentes, nem tudo sobressai. Mas os arranjos clássicos são deveras interessantes, e não posso deixar de pensar no quão incrível seria ver e ouvir Williams acompanhado por uma orquestra. "Merry Xmas Everybody", clássico intemporal de Slade, conta com a preciosa ajuda de Jamie Cullum e é para mim uma versão bem simpática e festiva. Os outros duetos deixam um pouco mais a desejar, ainda que "Christmas (Baby Please Come Home)" com Bryan Adams seja aceitável (mas não há nada como o original, certo?). Das novas, destaque apenas para "Darkest Night" bem ao nível do que nos habituou em discos anteriores.
Contas feitas, é uma banda sonora adequada para a época. E se há pessoa capaz de destronar o reinado do Sr. Bublé nestas coisas dos discos de Natal é o Robbie. Sempre lhe achei com pinta de entertainer e um álbum de Natal era mesmo só o que lhe faltava.
Na próxima quinta-feira, há mais, e até lá, «Boas Festas!» :)
Na próxima quinta-feira, há mais, e até lá, «Boas Festas!» :)
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