É tempo de sentir a música, ao som de Jungle Boy

Começamos o dia com o projecto britânico Jungle Boy, que me chegou aos ouvidos com o tema "Haunted" - assumo que me fez lembrar Tom Odell, mas apenas por breves instantes, porque Jungle Boy é tão, mas tão melhor e intenso.

Confesso que, apesar de se ouvir primeiro a voz de Jake, fiquei colada na linha de piano clássico, que, nestas coisas da Música, me deixa sempre emocionada. Colei também na forma como a canção se vai desenvolvendo, primeiro num registo quase acústico, depois com o brilho do piano e a força instrumental.

No entanto, a voz de Jake intrigou-me. O seu tom áspero e rugoso não é o que encaixa habitualmente nos meus ouvidos, mas também não os agrediu. Aliás, até me pareceu o contraste perfeito para a luminosidade da melodia, exactamente por ser algo rude e sombria. 

O ambiente sonoro é agridoce, a letra também (sobre o tempo que perdemos quando não aproveitamos a vida), mas o refrão é catchy q.b. e dou por mim a entoar com todo o sentimento «it's a romance, it's a lie». Contudo é a parte final, a partir do minuto 2:40, que realmente me surpreende. A voz de Jake soa (ainda) mais incisiva, e a melodia cresce em intensidade, graças à energia incrível dos instrumentos. E, para mim, é um momento tão avassalador quanto apaixonante. 

"Haunted" é daquelas canções que ganha ainda mais força, de cada vez que a pomos a tocar. É uma canção arrebatadora, que me aquece o coração com o seu poderio instrumental, e que, para mim, não é só para escutar, mas sobretudo para sentir.