"Let's Go Back To The Start", o sombrio novo single de Corvus & The Morning Star
A fechar o dia de hoje, eis "Let's Go Back To The Start", o mais recente single do projeto britânico Corvus & The Morning Star, sobre o qual já falei aqui. A canção foi escrita há cerca de 4 anos, uma das primeiras da banda, mas só agora ganhou honras de lançamento, graças ao trabalho do produtor David Glover (Tesla Studios) - e que trabalho!
A composição, que explora a história de um relacionamento que estava condenado desde o início e se revela prejudicial para ambas as pessoas envolvidas, é densa e sombria, com uma energia carregada. Mas é, também, algo muito fascinante.
Ora ouçam:
Influenciada pelo som de bandas neopsicadélicas das últimas duas décadas, a canção oferece-nos uma paisagem sonora texturada, com camadas múltiplas de harmonias e de arranjos, guitarras bem marcadas, inspiradas nos anos 70, e uma secção rítmica tão encorpada quanto apetecível. Tudo soa, mais uma vez, no sítio certo, ora mais despojado, ora mais vibrante, evocando, sem esforço, um ambiente apaixonado mas condenado.
Há, no entanto, algo que se destaca na composição. A interpretação de Charlie Sherliker é fabulosa, muito expressiva e carismática, encarnando eximiamente a personagem da letra. Com o seu quê de teatral, um toque de sedução e até de inquietude, a voz de Charlie confere ao ambiente intenção e fervor, tornando-o ainda mais dramático e magnético.
"Let's Go Back To The Start" é noturna e atmosférica, mas é também sonhadora. Tem em si uma certa angústia mas tem também uma sensação catártica, cortesia do último minuto, deveras extasiante. E é para ouvir, sem moderação, sempre que precisarmos de extravasar os nossos sentimentos mais obscuros.
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