Descobrindo A. Vos, ao som de "Water Brings The Rapids", o seu EP de estreia

 

Esta manhã de Domingo termina ao som da folk com laivos de dream pop de A. Vos, o projecto a solo de Austin Vos, e do seu EP de estreia "Water Brings The Rapids".

O meu primeiro contacto foi com "Fire On The Back Porch", que é também o tema que abre o EP, canção que colou assim que começou a tocar. A voz de Austin tocou-me de imediato no coração, um tom barítono, quente, suave, mesmo à medida dos meus ouvidos. A sonoridade é comovente e aconchegante, muito por culpa da linha de guitarra delicada e, mais tarde, das teclas luminosas.


"Lemon Moon" foi o outro single que me conquistou, de tão honesto e pessoal. A emoção na voz de Austin é de partir o coração, no bom sentido, claro, porque nos desarma por completo. A melodia é intimista e flui suavemente, permitindo-nos descobrir cada nota de música e perder-nos nelas, de tão reconfortantes que soam.


Assim que o EP saiu, fui ouvir os restantes temas.
"Sweat" é mais uma canção melancólica mas com um toque de calor que nos consola a alma. As texturas delicadas e a instrumentação quase contida dão espaço a que Austin para que nos conquiste com a sua vulnerabilidade e emotividade.

"Phasing Through" e "Seafoam (((Stardust)))" fazem anunciar uma espécie de lado B, em que Austin se permite experimentar, ter mais liberdade na composição e na construção das melodias. Confesso que foram as que mexeram menos comigo de início, mas assumo que não lhes faltam emoção, honestidade e delicadeza.


"Be the Same" é a canção que fecha o EP, num registo slow-burner. Ao contrário de muitas do género, nesta, sente-se o crescendo constante, tal como a tensão em cada nota e compasso. O trompete delicado, cortesia de Darby Cici, que nos acompanha canção fora, é absurdamente delicioso, e deixou-me de coração cheio. A canção muda de ritmo a meio, conduzindo-nos a um final purificador, que nos ampara e acalma.

Em "Water Brings The Rapids", sentem-se a emoção e a entrega na voz de Austin, que é, para mim, o elemento maior. Nas composições, há luz e há escuridão em harmonioso equilíbrio, espelhando uma convivência que também reside em nós.
Talvez por isso, as suas canções me tenham tocado tanto. E continuem a rodar cá por casa sempre que preciso de um refúgio.

Sem comentários:

Imagens de temas por merrymoonmary. Com tecnologia do Blogger.