Sylvie Kreusch de regresso com "Hocus Pocus", o encantador novo single


O destaque deste fim de tarde vai para "Hocus Pocus", o segundo single retirado do novo disco de Sylvie Kreusch, sobre quem já falei aqui. Sucedendo a "Comic Trip", a canção traz consigo o som marcante e expressivo a que já nos habituou, fascinante e poético.

Nas palavras da cantautora, "Hocus Pocus" é uma «ofensiva de charme sobrenatural, a manifestação de uma história de amor», onde tudo pode acontecer, mas onde o amor-próprio se mantém intacto. Fazendo jus ao nome, é uma canção mágica, tão leve quanto sentida, descontraída mas cuidadosamente produzida que, confesso, me entrou logo no ouvido.


Assumo que o trabalho de Kreusch me entusiasma. Tem uma sensibilidade pop, uma garra roqueira, arranjos exuberantes e artísticos que dão corpo e alma às composições e, sobretudo, uma personalidade bem vincada, fruto das suas interpretações muito expressivas.

"Hocus Pocus" não é exceção e combina um som pop, de laivos de R&B e inspirado nos anos 60, com harmonias vocais magnéticas e vibrantes, quase enfeitiçante. Tem o seu quê de etéreo, com acordes sonhadores e melodias cativantes (e uma linha de guitarra deliciosa bem marcada, lá mais para o final) que suportam sem esforço a voz de Sylvie. O seu timbre surge luminoso e suave nos versos, ganhando uma força extra no refrão, orelhudo q.b., e, especialmente, na transição pouco depois do segundo minuto. Aí, mostra-se mais determinada, mais assertiva, sem, no entanto, deixar de soar encantadora.

"Hocus Pocus" é uma composição sedutora, que nos envolve do primeiro ao último acorde, graças a um trabalho exímio na produção musical, acima de tudo, na voz, na sua colocação e entoação. Tem uma leveza tal que me parece perfeita para ouvir sempre que precisarmos de espairecer.

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