"Ego", o regresso multicolorido de Opheliah
Tim Malkin e o seu projeto Opheliah, sobre o qual falei aqui aquando da sua estreia, têm single novo, a colorida e caleidoscópica "Ego", que mantém o registo fresco e orquestral do trabalho do músico britânico.
Confesso que não foi amor à primeira escuta. Mas assumo também que o seu desconcerto intrigou-me de imediato.
A linha de piano inicial, suave e delicada, abre caminho para uma explosão de texturas e harmonias que nem sempre soam consonantes. É, no entanto, essa a riqueza de "Ego". Uma canção livre e inesperada, onde linhas mais marcadas fundem-se com arranjos complexos mas envolventes. As texturas fluem de forma sinuosa, ora mais retraídas, ora mais expansivas, denunciando uma multidimensionalidade que «primeiro estranha-se, depois entranha-se».
A voz de Tim, distinta e melódica, encaixa sem esforço no ambiente, complementando-o, como se de mais um instrumento se tratasse. Mas a «cereja no topo do bolo» é, sem sombra de dúvida, o minuto e meio final. O instrumental soa exuberante e vivo, com um delicioso arranjo de cordas que aporta ainda mais luz à canção e pontuado na perfeição pela voz de Tim.
"Ego" é uma canção surpreendente, tão excêntrica quanto fascinante, que nos transporta para um mundo onírico e colorido. É, por isso, perfeita para ouvir sempre que precisarmos de espairecer a mente.
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