"Hello, Sun", o som alucinante e extasiante dos The Mellons
Começamos o dia (e a semana) com "Hello, Sun", o novo single dos norte-americanos The Mellons, sobre quem já falei aqui. É a terceira amostra para o disco previsto para 14 de Outubro e traz consigo ainda mais pózinhos psicadélicos, levando-nos numa viagem sonora e sensorial deveras imersiva.
Ora ouçam:
"Hello, Sun" é uma canção soalheira e muito colorida, ou não estivéssemos a falar de uma canção que aborda o "poder do sol" quando nos sentimos mais em baixo. A letra, no entanto, é mais abstrata, e daí vêm os apontamentos mais sombrios, muito bem disfarçados pelas harmonias vocais, em sobreposição, suaves e perfeitamente afinadas.
Em contraponto, uma «cama» de notas de música vibrantes, cortesia de uma orquestração rica e cintilante, com texturas que nos envolvem e nos prendem até ao fim. A paisagem sonora faz-se também de múltiplas camadas, cheia de vida e de luz, cristalina e fluída, revelando o cuidado na composição.
O refrão é provavelmente o seu momento mais «cheio», aportando mais brilho e mais força a toda a envolvência, mas também algo de catártico, sobretudo na parte final da canção em que nos soltamos das amarras e abraçamos o que aí vem.
Lembrando-me sempre um caleidoscópio, "Hello, Sun" é uma canção exuberante e imersiva. Há, no seu ambiente, qualquer coisa que nos liberta e nos eleva, nos torna mais leves. Parece-me, por isso, perfeita para ouvir sempre que precisarmos de nos deixar ir com a corrente.
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