"Hazard Lights", o onírico e luminoso ambiente sonoro de Elora
Para este fim de tarde, a minha escolha recai em "Hazard Lights", o novo single de Elora, sobre quem já falei aqui. Escrita durante a pandemia, um momento estranho para todos nós, a música surge como uma tábua de salvação e traz consigo uma sonoridade com influências da pop dos anos 70, com tanto de soalheiro como de sonhador.
Com apontamentos jazzísticos e outros psicadélicos, o ambiente de "Hazard Lights" tem tanto de retro como de contemporâneo, de melancólico como de libertador, tornando a composição bastante apelativa.
Rica em camadas, que se revelam a cada compasso, a paisagem sonora é suave e aguerrida, é harmoniosa e dinâmica, com as diferentes texturas a fluírem canção fora, resultando num ambiente relaxado e caloroso. Ao ritmo do baixo e da bateria, a linha de piano reluz numa perfeita dicotomia com a voz expressiva e luminosa de Elora, enquanto o som da guitarra vai pincelando a canção em momentos cirúrgicos.
A intensidade instrumental vai crescendo, a interpretação de Elora vai ganhando mais força, evocando a mensagem da canção. Fala-se de assumir as rédeas da própria vida, mesmo quando tudo parece perdido, de encontrar uma nova perspetiva e recuperar o controlo. E isso sente-se na forma como a composição se desenvolve, apresentando-se, primeiro, num registo mais contido, dando, mais tarde, lugar a uma orquestração exuberante e cheia de energia.
"Hazard Lights" é uma canção vibrante, que tem na sua essência emoção e descontração, que puxa pela introspeção tanto quanto apela a libertarmo-nos do que nos prende. E é para ouvir sempre que precisarmos de respirar fundo e ganhar ímpeto para enfrentar novos desafios.
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