"Killer", o sombrio e pulsante novo single dos The Holy Knives
Para esta noite de Segunda-feira, a minha escolha recai em "Killer", o novo single dos The Holy Knives, sobre quem já falei aqui. É a segunda amostra para o próximo EP "I Don’t Wanna Win", previsto para 13 de dezembro, com produção a cargo de Jamie Hince dos The Kills.
Esse trabalho nota-se no ambiente carregado e urgente que estas últimas composições apresentam, nada que, na minha opinião, não lhes assente como uma luva; até porque sempre esteve bem presente uma aura sombria no som dos The Holy Knives.
Em "Killer", evoca-se o desejo de fugir às expectativas da sociedade, de se libertar do espírito competitivo que nos transforma em algo que não somos. É uma peça noturna, introspetiva mas também pulsante, e, sobretudo, muito envolvente.
Ora ouçam:
Assim que começa a tocar, sente-se o ambiente taciturno, com o seu quê de fervoroso também. A melodia revela-se rica em harmonias calorosas e em texturas densas mas vibrantes, oferecendo-nos um ritmo gingão e arranjos extasiantes, sobretudo por alturas do refrão, que emana uma energia tremenda (e que até pede um sing along sentido em jeito de catarse emocional).
Mais uma vez, se nota o cuidado no trabalho dos The Holy Knives, na forma como tudo é construído para criar ambientes sonoros que nos despertem os sentidos. Desde a orquestração que ampara tanto quanto eleva a voz, à interpretação irrepreensível de Kody, tudo soa perfeitamente entrelaçado. A voz é, aliás, o elemento mais marcante de "Killer", num registo grave e envolvente, muito expressivo, que se expõe a quem ouve mas que também desafia, enquadrando-se, sem esforço, na composição.
"Killer" é uma canção cativante, exuberante na forma e introspetiva no conteúdo, tão sedutora quanto impetuosa. E é perfeita para nos fazer companhia sempre que nos sentirmos assoberbados (e arrasados) com o que acontece à nossa volta.
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