Mais um ano de festa no Parque, ou a crónica possível do último dia de Primavera Sound no Porto, pois claro!
E chegados ao último dia de Festa no Parque, o sol brilhou, a música não tocou tão alto como nós queríamos, mas dançámos, literalmente, ate nos doerem tanto os pés que quase tínhamos que tirar os sapatos.
Chegamos a tempo de ver Yard Act, que não só são habituais nas minhas Friday Sessions, como fizeram com que a festa começasse cedo e em plena luz do dia, cheios de energia e faladores. Os britânicos encheram-me as medidas, e foram, para mim e já expectavelmente, um dos melhores concertos de todo o festival.
Passámos pelos Sparks, que me fizeram lembrar um longínquo concerto dos Libertines no Alive de há muitos anos a que eu e a Concertina assistimos, e que resultaram muito bem para os milhares de britânicos que estavam no recinto, ficando aquém das minhas expectativas mas ainda assim fazendo-nos dançar, antes de termos ido comer.
Passamos nos Karate, e até fomos ver a Halsey (sempre com os meus melhores passos de dança), mas, na verdade, a cabeça ja estava nos New Order, em nada fazendo prever o que dali ia sair.
Regressámos ao que sempre foi o Palco Principal do Primavera Sound, (este ano trocado por um palco de menor qualidade, e com um cheiro hediondo, que mesmo depois de um dia sem chuva continuou a ser péssimo), e esperamos religiosamente pelos New Order, que vieram e fizeram-nos dançar... até, inexplicavelmente, terem ficado sem som. Se, primeiro, eu ainda achei que tinha sido uma coisa bonita para pôr as pessoas a cantar, na verdade, tinha sido mesmo uma falha de energia, que se repetiu não duas mas três vezes, deixando os New Order naquela situação mesmo ranhosa do: a gente ia embora, mas está toda a gente aqui para nos ver, como é que saímos desta?
Tivemos que abandonar nós também, porque fomos ver Blur. O colectivo britânico que nos encantou durante mais de duas horas e que fez desfilar todos os seus êxitos (dos mais aos menos recentes), que fez com que revíssemos Damon Albarn (que um dia destes assume que gosta mais do Porto do que de casa dele), e que nos fez dançar, madrugada fora, até darmos por encerrada a festa. E, digo eu, que não o podíamos ter feito em melhor companhia.
Ir ao Primavera é sempre uma festa. Ponto. E, isso, este ano não foi excepção, pese embora a desgraça do tempo e a desgraça da ideia de mudar o que funcionava tão bem (sim senhores do Primavera Sound, o palco principal estava uma desgraça e foi um erro mais do que inenarrável ter mudado de sítio; será que vale assim tanto a pena fazer com que a tenda VIP tenha mais visibilidade, nem que para isso toda a gente que não está lá não tenha hipótese de ver concertos em condições?). O aumento de coisas com publicidade também não se explica muito bem, se pensarmos que, ainda por cima, diminuíram os lugares para a malta se sentar (ainda por cima com o chão ensopado e cheio de lama dos dias anteriores...). Mas isso não faz com que a música, que é o que me leva ao Primavera Sound, tivesse sido pior.
Portanto, espera-se que para o ano haja mais. E igualmente boa. A Música. E que nos receba, como sempre, em festa. No Parque.
Chavininha.
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