"What To Believe", o regresso cativante dos Red Telephone

Créditos: Rhianedd Sion

A fechar esta Quarta-feira, eis os britânicos Red Telephone, projeto sobre o qual já falei aqui algumas vezes. O novo single chama-se "What To Believe" e é a segunda amostra para o novo disco "Delay The New Day", previsto para o início de 2025.

Depois de nos darem a conhecer o tema título, que mantém o registo sombrio e iminente, desconcertante e cativante que me conquistou, "What To Believe" segue no mesmo caminho, tumultuoso e assombroso, e deveras fascinante, evocando a ansiedade existencial daqueles que perseguem os seus sonhos.
Ora ouçam:


Originalmente idealizada por Declan como uma balada ao piano, a música sofreu uma transformação dramática durante as sessões de gravação. À peça lenta e melancólica ecoando a simplicidade etérea de Lana Del Rey, Dom (baixo) e Luke (bateria) injetaram um ritmo urgente e impulsionador que transformou por completo a composição.

A linha de baixo cheia de ginga marca o ambiente, fazendo-se acompanhar por uma batida enérgica e dinâmica, sintetizadores celestiais e, claro, uma linha de guitarra inquieta e calorosa. A paisagem sonora é dramática e intensa, mas é também dançável e descontraída, trazendo consigo texturas exuberantes que têm tanto de melancólico como de extasiante.

A cereja no topo do bolo é, para mim, a voz de Declan, que, mais uma vez, transmite sem falhas o sentimento de ansiedade e de desassossego que encontro na letra. Seja nos versos mais contidos e suaves ou no refrão, mais expansivo e mais aguerrido, a sua interpretação é irrepreensível, muito expressiva e carismática, deixando quem ouve num estado de inquietude, pelo menos até aos momentos finais. Aí, com a frase «tell me what to believe» a ressoar num registo quase etéreo, a sensação é de desprendimento, de libertação, deixando tudo em aberto.

"What To Believe" é, sem dúvida, mais um passo certeiro e evolutivo no caminho traçado pelos Red Telephone, apresentando-se mais melódica, ao mesmo tempo que se mantém fiel ao som enigmático e sombrio que lhes é característico. E é para ouvir sempre que precisarmos de enfrentar a nossa angústia.

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