De volta (finalmente), os sons caleidoscópicos dos Dust of Us

 

Lembram-se dos Dust of Us?
Pois bem, o duo australiano está de volta com o seu EP de estreia "Never Had The Time", há muito aguardado por aqui, do qual fazem parte as já lançadas "7 Years" e "Punching Bag" (que contam com a preciosa colaboração de Jess Chalker), "The Swans" e "Hunt in Packs".

Falei sobre elas aqui, e, ao reler o que escrevi, mantenho tudo. "The Swans" é uma estreia incrível, "Hunt in Packs" é um refúgio sereno e reconfortante e "Punching Bag", a mais avassaladora, tem em si tanto de sombrio como de emotivo. Pelo meio, saiu "7 Years", uma canção encantadora, cheia de groove e de dinâmica e complexidade musical, confirmando (mais uma vez) a química e a mestria dos irmãos Prescott na criação e na produção de canções entusiasmantes e cativantes.

O EP fica completo com "Surrender" e "Nostalgia", que destaco hoje.


A primeira, construída em torno de um sintetizador pulsante e de um loop de mellotron, conquistou-me com o seu ritmo animado e a sua aura inspiradora. A paisagem sonora é, como sempre, plena de texturas e camadas que são um deleite para os ouvidos. A voz harmoniosa e em tom barítono de Ed soa descontraída mas com sentido, e tem qualquer coisa de libertador. Tal como a última parte da canção, (ainda mais) aguerrida e vibrante, e que me deixa sempre de coração cheio.

A segunda vem crescendo a cada nova audição. Faz jus ao nome, mas não lhe faltam detalhes envolventes, como a linha de guitarra, cortesia de Nicholas Langley, ou as teclas, e backing vocals de Michelle Havlikova, que, não só aportam luz e suavidade ao ambiente, quase que quebrando a nostalgia, como criam um contraste delicioso com a voz mais densa e grave de Ed.


Consta que "Never Had The Time" demorou o seu tempo a ficar concluído. E ainda bem. O resultado final é coeso, surpreendente e exímio, tanto na criação como na produção, como já é sabido. Misturando e equilibrando géneros e influências musicais, os irmãos Prescott criaram paisagens sonoras ricas e texturadas, com inúmeros detalhes, camadas, crescendos e dinâmicas, que mantêm os nossos ouvidos atentos (e deliciados) do início ao fim.

E, se a tudo isto, juntarmos a voz de Ed, tão versátil quanto quente, sempre envolvente e no ponto certo de emoção e intenção, parece-me que vale bem a pena pôr o EP a tocar e, claro, manter os Dust Of Us debaixo de ouvido.

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