Tardes soalheiras e leves ao som de "Quero Quero", a nova de Mallu Magalhães

 

Chegou de surpresa e encantou.
Falo de "Esperança", o novo disco da cantautora brasileira Mallu Magalhães, que sucede ao maravilhoso "Vem" de 2017 (que foi destaque aqui). Neste novo trabalho, constam 12 canções escritas integralmente por Mallu, e produzidas por Mário Caldato Jr., gravadas em 2019. Devido à pandemia, só agora viram a luz do dia (excepção feita a "Quero Quero" que foi dada a conhecer no ano passado).

E "luz" é uma das palavras mais certeiras para descrever este "Esperança".
Na sua essência, tem tanto de nostalgia como de serenidade, é descontraído e animado, é ameno e cheio de graça. É pop, com muitos pozinhos de jazz e de blues, com tanto de MPB como de Bossa Nova - basta ouvir "Deixa Menina" com Preta Gil e "Cena de Cinema" ou "Regreso" - mas também de tropicália (presente em "Você Vai Ver"), e até de surf rock (em "I'm Ok").


"As Coisas", pessoal e emotiva, é, para mim, uma das músicas maiores do disco, um som mais clean e cheio de charme, com a emoção à flor da pele, onde eu sinto que Mallu se entregou totalmente.

"Quero Quero", não sendo tão intensa, é provavelmente a mais orelhuda. A canção surgiu da necessidade de fugir de uma realidade avassaladora, e talvez por isso soe inspiradora.


A melodia é alegre e a voz, sempre doce e harmoniosa, de Mallu tem o dom de fazer-nos acreditar que tudo vai ficar bem. A linha de bateria e percussão, marcada mas suave, impele-nos a dar um pezinho de dança, e o trompete, lá mais para a frente, é absolutamente delicioso.

Quando a canção termina, fica no ar uma energia boa, e uma sensação de leveza que contagia. E, por isso, parece-me a canção ideal para ouvir nestas tardes quentes de Verão.

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