"The Ground Might Disappear", o glorioso novo single (e EP) dos Arliston

 

O destaque deste fim de tarde vai para os britânicos Arliston (sobre quem já tenho falado por aqui) e o seu novo single "The Ground Might Disappear". Depois da maravilhosa "Centre" e do intimismo de "Mountaineer", eis mais uma prova da musicalidade do trio britânico que, a cada novo tema, não cansa de (me) surpreender.

"The Ground Might Disappear" começa com notas de músicas hesitantes, que vão ganhando corpo e forma, conduzindo-nos a um arrebatador crescendo de saxofone, bateria e vozes em camadas. A envolvência é magnífica, o equilíbrio entre o silêncio e as texturas não podia ser mais certeiro, permitindo que cada momento, seja ele mais denso ou mais luminoso, seja apreciado ao máximo e sem pressas.


Nota-se o trabalho meticuloso e intricado nesta canção. Algo que é, também, transversal ao EP. Finalmente cá fora, conta com 5 canções, entre as quais as já mencionadas "Centre" e "Mountaineer". É um disco rico, denso, delicado e muito bem feito.

Há, nas suas canções, tensão e descontração, esperança e nuvens, dramatismo e intensidade, mas sobretudo muita emoção na voz e elegância na forma como tudo nos chega ao ouvido. Se "Centre" dá o mote para o EP de uma forma mágica e absolutamente apaixonante, "Mountaineer" oferece-nos um lado mais despojado e imersivo. Seguem-se "Camomile", canção leve mas introspetiva e "Park", expansiva e com o seu quê de optimista. A fechar, "The Ground Might Disappear" é uma verdadeira jornada musical de tão exuberante.

Escusado será dizer que este novo single, e o EP no seu todo, encaixaram perfeitamente nos meus ouvidos e que, de cada vez, que tocam, a experiência é tão extasiante quanto reconfortante. E, "só" por isso, vale a pena ouvi-los vezes sem conta.

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